domingo 27 de abril de 2025
Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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quarta-feira 26 de março de 2025 às 09:52h

Kassab embola disputa com fala sobre concorrer ao governo de SP, mas enfrenta resistência do bolsonarismo

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A declaração do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de que poderá ser candidato a governador de São Paulo no ano que vem, caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) dispute a Presidência, gerou diferentes reações dentro e fora do governo e desagradou o bolsonarismo. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o ex-presidente Jair Bolsonaro soube da intenção de Kassab de concorrer em 2026 quando estava em São Paulo, na segunda-feira, e reagiu com uma piada. “Está todo mundo querendo me enterrar”, teria dito o ex-presidente. As informações são do jornal, O GLOBO.

No entanto, mesmo entre aliados do ex-presidente que são resistentes a Kassab, existe a percepção de que o secretário de governo de Tarcísio tem condições de pleitear o posto numa costura política, uma vez que o seu partido saiu como o principal vencedor nas eleições municipais. O PSD, fundado e comandado por ele, foi a sigla que mais ganhou terreno no interior com a derrocada tucana.

— O Kassab, pelo seu histórico político, tem condições de pleitear o que ele quiser — afirmou na terça-feira o vice, Felício Ramuth (PSD), depois de participar de uma cerimônia de premiação de municípios por indicadores de alfabetização, que admitou que “o universo político está se mexendo”.

Além da legião de prefeitos que poderiam operar a favor da candidatura, o controle da máquina partidária é apontado como possível moeda de troca em pautas caras ao bolsonarismo, como o PL da Anistia, no Congresso. Um integrante do governo paulista relata que Bolsonaro e Kassab trataram da anistia semanas antes do ato em Copacabana, no dia 16, e que houve boa vontade do líder do PSD em colaborar com a pauta. O ex-presidente citou o nome do presidente do PSD durante discurso.

Por outro lado, pesa contra Kassab o histórico de rusgas com o ex-presidente, que o atacou em um grupo de aliados no ano passado pela proximidade com o governo Lula. Ambos se reaproximaram nos últimos meses. Além disso, nomes mais alinhados com a pauta bolsonarista se colocam na corrida, como o ex-ministro Ricardo Salles.

Corrida por apoio

Kassab embolaria ainda a disputa por um apoio de Tarcísio. As chances do governador aceitar uma chapa liderada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ou pelo secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), são vistas com ceticismo entre aliados.

No caso de Nunes, pesa contra ele as dificuldades que teve em enfrentar Pablo Marçal (PRTB) em 2024. A avaliação é a de que o prefeito teria ainda mais problemas com o interior do estado, onde o bolsonarismo tem força.

O perfil de Derrite, por outro lado, não agrada a alguns articuladores próximos de Tarcísio. O ex-capitão da Rota chefia a pasta que deu mais dores de cabeça no mandato. O governador ficou pressionado diante de uma série de flagrantes de abusos cometidos por policiais no estado e pelo assassinato a tiros no aeroporto de Guarulhos do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinicius Gritzbach. Apesar da manutenção do secretário e de seu time, a crise desagradou o chefe, que precisou rebater pelo lado dos indicadores de criminalidade em queda.

Ao menos por ora, prevalece o diagnóstico de que, na hipótese de Tarcísio abrir mão da tentativa de reeleição, uma candidatura única de centro-direita tem mais chances do que uma profusão de nomes tentando colar na imagem do governador. A aprovação de Tarcísio tem ficado na casa dos 60% em pesquisas como a Genial/Quaest, patamar considerado confortável para garantir um novo mandato na ausência de um oponente forte do outro lado.

— Acho que os partidos, de forma geral, têm que conversar para ter uma única candidatura e não dividir a direita — avalia o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), deputado André do Prado (PL), que também se posicionou na terça-feira como eventual candidato à sucessão (veja abaixo).

Ele ganhou a simpatia de Tarcísio ao aprovar projetos considerados cruciais, como a privatização da Sabesp.

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