O confronto direto entre Irã e Israel ganhou um novo capítulo nesta última terça-feira (17), com a declaração do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, de que “começa a batalha”. A informação foi publicada em sua conta oficial na plataforma X (antigo Twitter), em uma mensagem que evocou simbolismos religiosos e intensificou os sinais de um agravamento do conflito. As informações são da CNN Brasil.
Na mensagem, Khamenei invocou o nome de Haidar — referência a Ali, genro do profeta Maomé e figura central para o islamismo xiita — para anunciar o início da ofensiva. A frase é carregada de significados históricos e religiosos e foi interpretada como uma convocação simbólica à luta, em meio à crescente retaliação entre os dois países desde a última sexta-feira (13).
Poucas horas antes da publicação do aiatolá, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas fez um apelo à população israelense, pedindo que civis deixassem as cidades de Haifa e Tel Aviv. Segundo ele, o aviso visava prepará-los para uma “operação punitiva” do Irã. Ainda nesta terça-feira, foram detectados mísseis partindo do território iraniano em direção a Israel, embora não tenham sido registradas intercepções nem danos por impacto. A população israelense chegou a ser orientada a buscar abrigos, mas foi liberada logo em seguida.
O ciclo atual de violência começou na madrugada de sexta-feira, quando Israel lançou uma ofensiva contra alvos estratégicos ligados ao programa nuclear iraniano e à cúpula militar do país. A ação foi prontamente respondida por Teerã, que iniciou uma série de contra-ataques. Desde então, mais de 200 pessoas morreram nos dois países, segundo estimativas preliminares.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que os bombardeios têm o objetivo de neutralizar o avanço do programa nuclear iraniano, que veem como uma ameaça existencial. O Irã, por sua vez, acusa Israel de conduzir uma “guerra cibernética generalizada” e promete intensificar a retaliação caso novos ataques sejam lançados.
A comunidade internacional acompanha o agravamento do conflito com preocupação, especialmente diante da possibilidade de envolvimento de outros países da região. A Organização das Nações Unidas já alertou que as capacidades de enriquecimento nuclear do Irã foram afetadas, enquanto os Estados Unidos reforçam a posição de que Teerã “não pode ter arma nuclear”, conforme afirmou recentemente a vice-presidente americana, Kamala Harris, ao comentar a estratégia da Casa Branca sob a presidência de Donald Trump.
A situação segue em rápida evolução e levanta temores de que o Oriente Médio esteja à beira de uma guerra aberta entre duas das principais potências regionais.