Mobilização ganha força com ocupação da Assembleia Legislativa; servidores exigem valorização e criticam lentidão na tramitação do plano de carreira
A greve dos servidores do Poder Judiciário da Bahia ganhou novos contornos nesta terça-feira (27), com a ocupação simbólica da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O movimento, que já dura semanas, pressiona pela aprovação imediata do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), reivindicação central da categoria.
Centenas de servidores, vestidos com camisetas do movimento e portando faixas e cartazes, se concentraram no plenário e nos corredores da AL-BA durante o dia, exigindo uma resposta do Legislativo estadual. Os grevistas acusam o governo e os parlamentares de postergar a votação do projeto, que, segundo eles, representa justiça e valorização para os trabalhadores do Judiciário.
“Estamos aqui para mostrar que a nossa luta é legítima. O servidor do Judiciário está sobrecarregado e desvalorizado há anos. O PCCV é um direito, não um favor”, declarou Ana Lúcia Nascimento, representante do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sindjufe-BA).
Greve afeta serviços judiciais
A paralisação já impacta o funcionamento de fóruns, varas e setores administrativos em todo o estado. Apenas serviços considerados essenciais, como medidas urgentes e plantões judiciais, estão sendo mantidos. A categoria reivindica, além da aprovação do PCCV, melhorias nas condições de trabalho, reposição salarial e maior diálogo com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e o governo estadual.
Assembleia em foco
A ocupação da AL-BA ocorre após diversas tentativas frustradas de negociação. Parlamentares que compõem a base do governo foram alvo de críticas dos manifestantes, acusados de “fugirem do debate” e de “atenderem apenas aos interesses do Executivo”.
Em nota, a presidência da AL-BA informou que acompanha de perto as demandas dos servidores e que está “em diálogo com o Tribunal de Justiça e o governo do estado para viabilizar uma solução responsável e equilibrada”.
Governo e TJ-BA ainda não se pronunciaram
Até o fechamento desta matéria, nem o Governo da Bahia nem o Tribunal de Justiça haviam se manifestado oficialmente sobre a ocupação. Nos bastidores, há a expectativa de que a mobilização possa acelerar tratativas políticas para destravar o projeto de lei que trata do PCCV.
Próximos passos
Os servidores afirmam que continuarão com as ações de mobilização até que o plano seja aprovado. Uma nova assembleia da categoria está marcada para esta quarta-feira (28), quando serão definidos os próximos passos do movimento.
“Se não houver avanço, vamos intensificar a greve e ampliar a mobilização. A ocupação é só o começo”, afirmou um dos líderes do protesto.