sexta-feira 19 de abril de 2024
© Reprodução / Twitter
Home / DESTAQUE / Governos estaduais devem ir à Justiça para garantir vacinação de adolescentes
sábado 18 de setembro de 2021 às 07:18h

Governos estaduais devem ir à Justiça para garantir vacinação de adolescentes

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Conforme a Reuters, os governos estaduais esperam que o Ministério da Saúde reveja a nota técnica que suspendeu a vacinação no país de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades, ou o caminho da discussão deve ser a Justiça, para que seja garantido o repasse de vacinas por parte do governo federal.

“Ao longo dos dois próximos dias, caso não seja revista essa posição do ministério, Estados e municípios devem judicializar a questão para garantir o aporte das doses necessárias para que seja completada a vacinação. As razões de interesse público são explícitas e estão postas”, disse à Reuters Nésio Fernandes, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário do Espírito Santo.

A expectativa é que haja uma mudança de posição depois da reunião desta sexta da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (CTAI), formada por representantes dos Estados, municípios, do próprio ministério e por especialistas na área.

“O que esperamos é que a Estados decidiram manter a vacinação de adolescentes, ao menos até completar o cronograma previsto –caso do Distrito Federal, que pretende continuar com a faixa etária até 14 anos, mas não avançar. Algumas capitais, no entanto, como é o caso de Florianópolis, suspenderam, mesmo que o Estado tenha mantido.

A decisão de suspender a vacinação foi tomada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na quarta-feira, sem consulta aos Estados e municípios, aos técnicos do próprio ministério ou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por liberar o uso dos imunizantes no Brasil e por investigar possíveis efeitos adversos.

A Nota Técnica, divulgada na manhã de quinta-feira, foi repassada aos secretários por mensagem às 22h de quarta-feira, e causou espanto e confusão nos Estados, já que a maioria avança rapidamente para vacinar todos os adolescentes até 12 anos. Mais do que suspender a recomendação, Queiroga, em entrevista na quinta, disse que os adolescentes não deviam receber nem mesmo a segunda dose da vacina, caso já tivessem recebido a primeira.

Em meio a reclamações de que os Estados aceleraram a vacinação e não respeitaram o Programa Nacional de Imunizações, o ministro levantou suspeitas sobre supostos riscos de aplicação das vacinas e chegou a dizer que a Organização Mundial de Saúde não recomenda a vacinação de adolescentes –na verdade, a OMS apenas diz que essa faixa etária não é prioritária, mas pode ser vacinada quando a imunização dos adultos estiver adiantada.

Queiroga citou ainda o caso de uma adolescente de 16 anos que teria morrido em São Bernardo do Campo na mesma época em que tomou a primeira dose da vacina da Pfizer, mas ele mesmo admitiu que não há evidências, no momento, de que a morte tenha sido causada pela vacina.

Em nota, a Anvisa informou que investiga o caso mas os dados ainda são preliminares para que se faça qualquer relação. Além disso, a agência reafirmou que não há evidências que justifiquem uma mudança na autorização para vacinação de jovens nessa faixa etária.

Veja também

Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia da Rússia cresça mais rápido que a de todos os países desenvolvidos, …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas