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Diretor vice-presidente e fundador, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula da Silva (PT) - Foto: 247
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sexta-feira 4 de julho de 2025 às 09:52h

Governo prepara estratégia para blindar o irmão do presidente Lula na CPMI do INSS

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Antes mesmo de ser instalada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já começa a ser palco de tensões políticas. Parlamentares aliados do governo Lula da Silva (PT) articulam nos bastidores estratégias para impedir que Frei Chico, irmão do presidente e atual vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), seja convocado ou tenha seus sigilos quebrados pela comissão.

Embora Frei Chico não seja formalmente investigado, sua ligação com o Sindnapi — uma das entidades alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na operação que apura desvios no INSS — chamou a atenção da oposição, que vê a oportunidade de politizar a investigação e desgastar o governo.

Segundo a coluna de Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, aliados do Planalto já discutem formas de blindar o irmão do presidente, sustentando que ele não tem qualquer envolvimento com os supostos esquemas de corrupção investigados. A estratégia central é destacar a ausência de menções diretas a Frei Chico nas apurações da PF e argumentar que seu nome passou a ser citado apenas por razões políticas.

Nos bastidores, governistas veem a tentativa de envolvimento de Frei Chico como uma manobra da oposição para atingir Lula, às vésperas de votações importantes no Congresso. “Querem transformar uma investigação técnica em um palanque político”, disse um deputado próximo à base governista, sob reserva.

O Sindnapi, que representa aposentados e pensionistas, está no centro das investigações por suposto envolvimento em irregularidades na concessão de benefícios e em repasses indevidos dentro do INSS. A operação da PF apura um esquema que teria desviado bilhões dos cofres públicos por meio de fraudes em aposentadorias, pensões e auxílios.

A CPMI, que será composta por deputados e senadores, ainda está em fase de definição dos nomes que farão parte dos trabalhos. A oposição promete uma atuação combativa, com foco em identificar conexões políticas que possam ter facilitado as fraudes no órgão.

O governo, por sua vez, tenta conter danos e evitar que a comissão se transforme em mais uma frente de desgaste para o presidente Lula. Além da defesa de Frei Chico, há preocupação com o impacto das investigações sobre a imagem do INSS, em um momento em que o Executivo busca aprovar projetos importantes no Congresso, como a nova regra de transição fiscal.

A expectativa é de que a CPMI seja instalada oficialmente nas próximas semanas, com a definição do presidente e do relator. Até lá, os bastidores seguem movimentados, com disputas por cargos e articulações para garantir maioria nas decisões internas da comissão.

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