Os petroleiros realizam uma ‘greve de advertência’ com duração de 24 horas nesta quarta-feira (26). O objetivo, segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP), é conseguir melhores condições de negociação para demandas da categoria como manutenção de três dias de home office no regime híbrido e dos valores atuais do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Imagens compartilhadas nas redes dos grevistas mostram paralisações em refinarias na Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Procurada pela IstoÉ Dinheiro, a Petrobras afirma que respeita o direito de manifestação dos empregados e que a produção de petróleo e derivados não foi afetada. Veja a nota enviada na íntegra ao final do texto.
“O movimento é um protesto contra a postura da atual gestão da empresa, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e desrespeitado o princípio negocial”, afirma a FUP.
O órgão não mapeou por ora o tamanho e abrangência da paralisação. Informa no entanto que há equipes de contingência para garantir algum funcionamento das atividades e que “a intenção não é afetar a produção”.
Quais as reivindicações da greve na Petrobras
No comunicado da FUP, a primeira reivindicação apresentada está a manutenção da “remuneração variável”, faixa extra de salário paga anualmente nos modelos da Participação nos Lucros e Resultados. Segundo a FUP, simulações apresentadas pela empresa em dezembro mostram uma redução de 31% nos valores do benefício.
O órgão exige também a manutenção do “teletrabalho”. A Petrobras determinou no começo de março que, a partir de abril, funcionários em regime híbrido aumentem seus dias obrigatórios de presencial de dois para três na semana. Os manifestantes afirmam que a empresa não apresentou dados sobre a produtividade dos modelos de trabalho.
Outras reivindicações mencionadas são reformulações nos planos de carreira e de previdência, reposição de funcionários no quadro efetivo da empresa, a retomada da produção de fertilizantes na unidade do Paraná (Fafen-PR) e o fim da escala 6×1 para os prestadores de serviço.
O que diz a Petrobras
A Petrobras registrou paralisações de empregados nesta quarta-feira (26/03) em unidades da companhia em decorrência de movimento grevista. Não há impacto na produção de petróleo e derivados da companhia.
A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados. A Petrobras tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial. A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. Além disso, a companhia apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.
Os ajustes mencionados visam atender os grandes desafios que a companhia tem pela frente, alinhados ao seu Plano Estratégico. É importante ressaltar que a Petrobras cumpre os acordos coletivos dos quais é parte e a legislação trabalhista brasileira.
A Petrobras esclarece, ainda, que já vem repondo seu efetivo de trabalhadores, tendo convocado mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia também já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, oriundos de concurso público de nível técnico.
Por fim, convém destacar que a Petrobras possui um programa de remuneração variável que contempla, entre outros itens, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Petrobras negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia.