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Uma falha em grande escala no sistema elétrico europeu, causada por um fenômeno atmosférico raro, levou ao apagão que atingiu Portugal e Espanha nesta segunda-feira (28), afetando serviços essenciais como transportes, hospitais e aeroportos. As informações foram divulgadas pela operadora de redes energéticas REN, de Portugal, e repercutidas pela imprensa internacional, informa o Metrópoles.
Segundo a REN, o apagão teve origem em oscilações anômalas nas linhas de transmissão de muito alta tensão (400 kV) na Espanha, um efeito provocado pela chamada “vibração atmosférica induzida”. Esse fenômeno, resultante de variações extremas de temperatura, comprometeu a sincronização dos sistemas elétricos interligados na Europa, desencadeando falhas em cadeia na rede continental.
De acordo com a operadora portuguesa, o restabelecimento completo da energia poderá levar até uma semana, dada a complexidade do evento e a necessidade de equilibrar os fluxos elétricos internacionais.
Em nota, a REN explicou: “Devido a variações extremas de temperatura no interior da Espanha, verificaram-se oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV), um fenômeno conhecido como vibração atmosférica induzida por Ging. Estas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, levando a perturbações sucessivas em toda a rede europeia interligada.”
Lisboa sem metrô o com voos cancelados
O impacto do apagão foi imediato e severo. Em Portugal, o corte de energia afetou Lisboa e outras cidades, interrompendo o funcionamento do metrô e forçando o fechamento do aeroporto local, com todos os voos cancelados. A Unidade Local de Saúde Santa Maria precisou ativar seu plano de contingência, suspendendo atividades programadas a partir das 14h, horário local.
A situação na Espanha também é crítica. Madri declarou estado de emergência nível 2, e o Aeroporto de Barajas permanece sem energia. O sistema de metrô da capital espanhola está completamente paralisado, assim como todo o tráfego ferroviário nacional. O Hospital La Paz, um dos maiores da cidade, adotou medidas de emergência, desligando luzes não essenciais e cancelando atendimentos não urgentes. Atualmente, a instituição é abastecida por cinco geradores a diesel, com autonomia de apenas 12 horas, e solicitou reforço de combustível para garantir o funcionamento dos equipamentos vitais.
Corrida a supermercados em busca de água e suprimentos
Relatos nas redes sociais indicam ainda corrida a supermercados em várias cidades portuguesas, com filas que ultrapassam uma hora, impulsionadas pela busca por água e alimentos enlatados. Inicialmente, havia rumores de que o apagão teria sido provocado por um ciberataque, hipótese prontamente descartada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Partes do País Basco, na França, também sofreram breves quedas de energia, mas a situação foi rapidamente normalizada. A Península Ibérica, que inclui Portugal, Espanha, Andorra, Gibraltar e porções da França, permanece sob monitoramento, e autoridades alertam para a possibilidade de novas instabilidades nos próximos dias.
