No dia em que Fernando Collor foi em cana, Gilmar Mendes tentou interromper a análise do caso no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). Recuou na manhã seguinte, quando a maioria da Corte já havia referendado a ordem de prisão.
Essa não foi a primeira boia que Gilmar lançou ao ex-presidente. Em 2023, ele votou como lembra Bernardo Mello Franco, do O Globo, para absolvê-lo no escândalo da propina com recibo. Vencido, pediu vista e retardou o processo por mais quatro meses. Depois propôs reduzir a pena pela metade, o que livraria o réu de dormir na cadeia.
Há 33 anos, o supremo ministro integrava a defesa de Collor no processo de impeachment. Apesar da relação antiga, nunca se declarou impedido de julgar o ex-chefe.