O ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, voltou aos holofotes nesta última quinta-feira (5) ao comentar, de forma direta e provocativa, o rompimento entre o ex-presidente Donald Trump e o bilionário Elon Musk. “Eu te disse”, declarou Bannon durante seu podcast War Room, em tom de reprovação, referindo-se à aproximação anterior entre os dois gigantes da direita americana.
A relação entre Trump e Musk, que já foi marcada por elogios mútuos e alinhamento em pautas como liberdade de expressão e críticas à chamada “Big Tech”, parece ter desmoronado após uma série de trocas públicas de farpas nas redes sociais e em entrevistas recentes. O estopim teria sido a recusa de Musk em apoiar diretamente a campanha de reeleição de Trump, além de críticas veladas ao estilo de liderança do ex-presidente.
Para Bannon, a ruptura era previsível. “Elon Musk nunca foi confiável politicamente. Ele está sempre jogando dos dois lados, servindo aos próprios interesses. Trump achou que poderia domá-lo, mas Musk não joga em time de ninguém”, disse o ex-conselheiro, que ainda classificou o empresário como “imprevisível” e “egocêntrico”.
Musk, por sua vez, não respondeu diretamente às falas de Bannon, mas publicou uma mensagem enigmática na rede social X (antigo Twitter): “Não é rompimento quando nunca houve compromisso.” A frase foi interpretada por analistas como uma tentativa de minimizar sua ligação anterior com o ex-presidente.
A tensão entre os dois vem crescendo nos últimos meses, sobretudo após Musk criticar o tom agressivo da retórica trumpista e defender uma “nova liderança” para a direita americana. Internamente, aliados de Trump teriam considerado Musk um “aliado volátil”, especialmente após sua aproximação com setores mais moderados e com o Partido Democrata em pautas regulatórias.
O episódio expõe fissuras dentro do campo conservador dos EUA, onde nomes influentes disputam protagonismo e buscam moldar a agenda política para as eleições presidenciais de 2028. A fala de Bannon, com seu tom de “profecia realizada”, reacende debates sobre os limites das alianças políticas construídas com base em conveniências e personalismos.