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Preparativos para eleição presidencial na Colômbia, em maio; pleito, ao lado do brasileiro, será decisivo para ditar rumos da esquerda no continente - Foto: Reprodução
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segunda-feira 30 de maio de 2022 às 06:25h

Esquerdista e populista vão disputar 2º turno para presidente da Colômbia

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Na busca por um inédita vitória da esquerda no país sul-americano, Gustavo Petro obteve mais de 40% dos votos. Ele vai enfrentar no segundo turno o populista Rodolfo Hernández, apelidado de “Trump tropical”.O candidato de esquerda Gustavo Petro e o empresário populista de direita Rodolfo Hernández passaram para o segundo turno das eleições presidenciais colombianas. Com 96,2% dos votos apurados, Petro obteve cerca de 40,3% dos votos, e Hernández, 28%.

O conservador Federico “Fico” Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín ficou em terceiro lugar, com 23,9%. Ao todo, seis candidatos disputavam a eleição no primeiro turno.

Quase 39 milhões de eleitores haviam sido convocados para escolher quem vai suceder o atual mandatário Iván Duque e comandar o país entre 2022 e 2026. O segundo turno está marcado para 19 de junho.

Esquerda tenta conquista histórica

Num país cansado da violência do conflito armado, do tráfico de drogas e da criminalidade, corrupção, pobreza e desigualdade que alimentaram protestos populares em 2019 e 2021, Gustavo Petro, candidato da coligação de esquerda Pacto Histórico, encontrou terreno fértil para o seu discurso de mudança.

Ex-guerrilheiro de 62 anos que comandou a prefeitura de Bogotá e que hoje ocupa uma cadeira no Senado, Petro concorre pela terceira vez à Presidência da República. Uma eventual vitória de Petro seria histórica na Colômbia. O país nunca foi governado por um político de esquerda.

Entre as propostas de Petro estão eliminar impostos de produtos da cesta básica, taxar grandes fortunas e avançar com a reforma agrária, além de retomar as negociações com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), que foram interrompidas pelo atual presidente, Iván Duque.

Ele ainda propôs impor um prazo de validade para o funcionamento da indústria petrolífera do país, através da suspensão dos contratos de exploração, com o objetivo de avançar para “uma economia produtiva, não-extrativista” e fazer uma “transição para as energias limpas”. Essa última proposta ainda assusta os mercados, já que a extração de petróleo representa cerca de 5% do PIB colombiano.

Num encontro com representantes de empresas americanas, Petro comparou o petróleo e o carvão – duas indústrias legais – com a cocaína, dizendo serem “três venenos”, o que gerou ainda mais controvérsia.

Na campanha de Petro também se destaca a escolha da sua vice, a líder afro-colombiana Francia Márquez, que pode ser tornar a primeira mulher negra a assumir o segundo posto do Executivo do país.

Rodolfo Hernández, populista de direita que coleciona controvérsias

O empresário populista independente Rodolfo Hernández, de 77 anos já foi apelidado de “Trump Tropical” pela imprensa local, ele subiu nas pesquisas nos dias que precederam o primeiro turno, ultrapassando o conservador Federico “Fico” Gutiérrez, ex-prefeito de Medellín.

Recentemente, Hernández obteve o apoio da ex-refém da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Íngrid Betancourt, única mulher que disputava a eleição, e que decidiu desistir da corrida devido aos maus resultados nas sondagens. Candidato do movimento Liga de Governadores Anticorrupção, criada por ele mesmo, Hernández evita se definir politicamente, embora suas propostas tendam mais ao populismo.

Em sua carreira política fez do título de “engenheiro” algo indissociável de seu nome, dando a ideia de que por ser rico não precisaria roubar dos cofres públicos.

O empresário chegou à disputa pela presidência com algumas polêmicas pelo caminho, como uma entrevista em 2016, na qual afirmou que admirava Adolf Hitler, ou quando agrediu um vereador, dois anos depois.

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