Nesta quinta-feira, 5 de junho de 2025, Luís Montenegro tomou posse como primeiro-ministro de Portugal, liderando o XXV Governo Constitucional. A cerimônia ocorreu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, marcando o início de um novo ciclo político após as eleições legislativas antecipadas de maio, nas quais a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) obteve maioria relativa no Parlamento.
O novo executivo apresenta 17 ministérios, com a entrada de três novos ministros e a saída de quatro em relação ao governo anterior. Uma das principais novidades é a criação do Ministério da Juventude e Modernização, liderado por Margarida Balseiro Lopes, com o objetivo de implementar políticas voltadas para os jovens e combater a burocracia.
Além disso, houve a fusão dos ministérios da Economia e da Coesão Territorial, agora sob a liderança de Manuel Castro Almeida, que também atuará como vice-ministro. Essa mudança visa otimizar a gestão dos fundos comunitários e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Outras nomeações de destaque incluem Maria do Rosário Palma Ramalho no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social; Dalila Rodrigues na Cultura; José Manuel Fernandes na Agricultura e Pescas; e Ana Paula Martins na Saúde.
Compromissos e desafios
Em seu discurso de posse, Montenegro reafirmou o compromisso com o rigor orçamentário, prometendo manter o superávit fiscal alcançado em 2023. Ele também destacou a importância de enfrentar a crise demográfica, propondo políticas públicas que incentivem a natalidade, como creches gratuitas e vantagens fiscais para famílias numerosas.
O primeiro-ministro abordou ainda a questão da imigração, defendendo uma abordagem equilibrada que torne Portugal atrativo para profissionais qualificados, ao mesmo tempo em que assegure a integração dos imigrantes na sociedade portuguesa.
Na área da saúde, Montenegro anunciou a apresentação de um programa de emergência até o final de junho, visando fortalecer e preservar o Serviço Nacional de Saúde.
Cenário político e expectativas
Apesar de não contar com maioria absoluta, o governo de Montenegro inicia seu mandato com o apoio tácito do Partido Socialista e do partido Chega, que se comprometeram a não obstruir a formação do novo executivo. No entanto, a oposição, especialmente o Partido Comunista, já anunciou a intenção de apresentar uma moção de rejeição, embora sem perspectivas de sucesso.
Analistas políticos apontam que, embora o governo tenha garantias de estabilidade a curto prazo, os desafios legislativos serão significativos, exigindo habilidade na negociação com diferentes forças políticas para avançar com suas propostas.
Com uma equipe renovada e foco em áreas estratégicas como juventude, coesão territorial e saúde, o governo de Luís Montenegro inicia sua gestão com a promessa de promover reformas estruturais e responder às demandas da sociedade portuguesa.