sábado 12 de julho de 2025
Hugo Motta (Republicanos-PB), Lula (PT) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) durante encontro no Palácio do Planalto em fevereiro de 2025 — Foto: Ricardo Stuckert / Presidência
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segunda-feira 30 de junho de 2025 às 08:59h

Derrubada de decreto pelo Congresso esvazia poder de Lula e surge alerta para 2026

DESTAQUE, ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


A revogação de medida do Executivo pelo Legislativo evidencia disputa institucional e limita margem de ação do Palácio do Planalto

A recente derrubada de um decreto presidencial pelo Congresso Nacional acendeu o alerta no Palácio do Planalto e é vista por analistas políticos como mais um episódio que evidencia o esvaziamento do poder do presidente Lula da Silva (PT). A medida, rejeitada por ampla maioria entre deputados e senadores, escancarou o avanço do Legislativo sobre competências tradicionais do Executivo e reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre os Poderes.

Na prática, a decisão do Congresso representa um revés direto ao governo federal e limita a capacidade de o presidente editar normas com força imediata, especialmente em temas sensíveis que envolvam arrecadação, tributos ou reorganização administrativa. O uso do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) como instrumento para barrar atos do Executivo tem se tornado cada vez mais comum, e, segundo juristas, vem sendo utilizado em situações que extrapolam seu escopo original, que seria o de frear excessos ou ilegalidades.

A base aliada do presidente tentou evitar o desfecho, mas não conseguiu conter a articulação de parlamentares independentes e da oposição, que se uniram para derrotar o decreto. A votação também revelou o enfraquecimento do governo dentro do Congresso, mesmo em meio a negociações envolvendo emendas e cargos de confiança.

Para especialistas, o episódio vai além de uma derrota pontual: representa um desgaste institucional e um enfraquecimento simbólico da autoridade presidencial. “Estamos vendo uma transferência gradual de protagonismo do Executivo para o Legislativo. Isso compromete a governabilidade e gera instabilidade política”, avalia o cientista político Cláudio Couto.

Nos bastidores, integrantes do governo avaliam que será necessário repensar a forma como o Planalto conduz sua relação com o Congresso. Há o reconhecimento de que a articulação política precisa ser reforçada, especialmente após outras derrotas recentes em pautas econômicas e fiscais.

A oposição, por sua vez, comemorou o resultado como uma vitória contra o que classificam como “arbitrariedades” do Executivo. Líderes oposicionistas disseram que o recado foi claro: o Congresso não aceitará mais ser tratado como carimbador automático das decisões do presidente.

Enquanto isso, o Planalto tenta minimizar o impacto político da derrota, mas já admite que será mais cauteloso na edição de novos decretos e medidas unilaterais. O episódio aprofunda a percepção de que, no atual cenário político, nenhum poder governa sozinho — e o presidente Lula precisará mais do que nunca de habilidade, diálogo e base sólida para governar e buscar reeleição em 2026.

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