quinta-feira 18 de abril de 2024
Foto: Reprodução
Home / ECONOMIA / Construção civil deve crescer 3% e gerar 150 mil vagas em 2020
segunda-feira 6 de janeiro de 2020 às 05:36h

Construção civil deve crescer 3% e gerar 150 mil vagas em 2020

ECONOMIA, EMPREGOS, NOTÍCIAS


O gerente de tecnologia, Marcos Vinicius, de 40 anos, investiu R$ 60 mil na reforma de sua casa em São Bernardo do Campo. Trocou o piso da residência, cobriu parte da garagem e ampliou a área de lazer.

“Comprei a casa quatro anos atrás. Só agora consegui reformar. E, mesmo assim, parcelei parte dos gastos no cartão de crédito”, disse Vicinius ao jornal O Globo.

Obras como a de Marcos Vinícius estão ganhando espaço em diversos lares do país, o que tem se refletido nos indicadores de desempenho da construção civil, setor fundamental na geração de empregos. Depois de amargar queda de 30% na capacidade de geração de riqueza entre os anos de 2014 e 2018, o setor abre 2020 com uma boa perspectiva.

A construção civil deve crescer 3% este ano, o que representa um potencial para criação de 150 mil postos de trabalho formais até dezembro, explica o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, superando a marca de 2019, que deve ficar próxima aos cem mil postos de trabalho, com avanço de 2%.

“Esse número de vagas pode até crescer mais, caso o mercado imobiliário continue surpreendendo com os lançamentos”.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de Estudos da Construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), o crescimento mais forte esperado para o setor em 2020 é reflexo da expectativa positiva em relação ao desempenho da economia brasileira, que inicia o ano com aumento da confiança dos consumidores e dos empresários, juros baixos e inflação sob controle.

“Há expectativa de melhora na economia de modo geral, o que tende a elevar os investimentos. E as expectativas para a construção refletem esse cenário”, afirmou Ana Maria.

O vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, avalia que esse trabalho de “formiga” das pessoas que reformam suas casas ou fazem autoconstrução está dando novo gás ao segmento.

“A recuperação está começando pelo setor informal”, observa. O varejo da construção conta com cerca de 140 mil lojas em todo o Brasil e movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano.

São Paulo costuma ser o motor de recuperação do setor imobiliário. Mas um levantamento da consultoria Tendências mostrou que a retomada dos lançamentos está acontecendo também em outras capitais, especialmente de empreendimentos residenciais.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o número de lançamentos cresceu 30,6% entre janeiro e setembro do ano passado, segundo o Índice de Atividade da Construção Imobiliária (IACI-L). Em São Paulo, no mesmo período, o índice teve expansão de 22,8%.

“O índice cresce menos em São Paulo porque o movimento de retomada de lançamentos começou antes do que nas demais capitais”, explica Matheus Ferreira, analista da Tendências, que acompanha o setor.

O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, avalia que, depois de fechar 2019 com a construção de 580 mil novas moradias, as construtoras estão preparadas para entregar 1 milhão de unidades em 2020.

“Hoje, o juro do financiamento está em um dígito, o problema dos distratos foi resolvido por lei e a confiança do consumidor está melhorando. Essas condições são um gatilho de crescimento do mercado em qualquer lugar do mundo”, afirma França.

Juro para financiamento

Dados de 20 incorporadoras filiadas a Abrainc mostram um avanço de 9,4% nas vendas líquidas de imóveis novos de janeiro até agosto do ano passado.

Para Cristiane Portella, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), outro fator estimula o setor é a maior competição entre os bancos para oferecer taxas de juros competitivas para o financiamento imobiliário. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu a taxa a 6,5% ao ano para quem tem conta no banco ou recebe salário na instituição. Outros bancos seguiram a tendência de redução dos juros.

No caso das grandes obras de infraestrutura, o ritmo ainda é modesto. José Carlos Martins, da CBIC, vê chances de acontecerem licitações de maior porte em 2020, mas as obras só devem começar em 2021.

Outro ponto de interrogação para o setor é o programa Minha Casa Minha Vida, que ainda está indefinido, especialmente para a chamada faixa 1, de famílias que ganham até R$ 1,8 mil e recebem os maiores subsídios. Como o governo está com os cofres esvaziados, a questão é de onde virão os recursos para o programa, que terá novo nome e regras a partir de 2020.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Regional não informou detalhes do novo Minha Casa Minha Vida. Mas o jornal O Globo mostrou que o novo modelo funcionará com um sistema de voucher (um vale que assegura um crédito), em que as famílias receberão recursos para comprar, construir ou reformar a casa própria.

Cada voucher será de R$ 60 mil. O governo vai priorizar a população que vive em domicílios precários nos centros urbanos, em municípios com até 50 mil habitantes.

Veja também

Conheça o Airchat, rede social de áudio que virou moda no Vale do Silício

Um aplicativo que envolve uma combinação de notas de voz e publicações, semelhante o X …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas