Quase três anos após selarem sua entrada oficial no grupo político liderado por ACM Neto (União Brasil) e Bruno Reis, o deputado federal João Leão (PP) e seu filho, Cacá Leão, atual secretário de Governo de Salvador, colhem os frutos de uma articulação política que tem redesenhado a oposição ao PT na Bahia. Com habilidade, capital político e forte presença no interior, pai e filho não apenas reforçaram a estrutura de apoio ao ex-prefeito de Salvador, como foram fundamentais para ampliar o leque de alianças e consolidar uma frente coesa e competitiva no estado.
Desde 2022, quando romperam de vez com o grupo petista após anos de aliança — João Leão foi vice-governador nas gestões de Jaques Wagner e Rui Costa — os Leão passaram a ocupar um espaço estratégico no tabuleiro da política baiana. Sua aproximação com ACM Neto não foi apenas simbólica: foi decisiva. Eles ajudaram a costurar a federação entre União Brasil e Progressistas, que foi batizada de ‘União Progressista’, uma aliança que ampliou o tempo de TV, fortaleceu candidaturas em cidades-chave e garantiu musculatura para enfrentar o PT nas urnas.
Além da federação entre os dois partidos, a articulação liderada por João e Cacá Leão teve papel essencial na atração de novas lideranças para o campo da oposição. Um dos nomes mais emblemáticos desse movimento foi o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), que após disputas passadas com Neto, hoje se reaproximam e integram o mesmo campo político. Também se destacam os prefeitos Colbert Martins (Feira de Santana) e Rodrigo Hagge (Itapetinga), ambos do MDB, que hoje fazem parte do núcleo que se articula para construir uma alternativa sólida ao projeto petista no estado.
A nova composição fortaleceu o discurso de unidade entre os oposicionistas. O que antes era uma oposição fragmentada, com nomes dispersos agora se apresenta com maior coesão, discurso afinado e capilaridade em diversas regiões da Bahia — especialmente no interior, onde a influência dos Leão se faz sentir de forma decisiva.
João Leão, com décadas de experiência na política, tem exercido papel de conselheiro e articulador de bastidores, com trânsito em Brasília e interlocução com o centrão. Ele é muito influente, em todos os campos, mas poucos sabem disso. Já Cacá Leão, em posição estratégica na administração municipal de Salvador, tem ampliado sua projeção como articulador ‘nato’ político e nome com viabilidade eleitoral para o futuro.
Com a contribuição da família Leão, a oposição baiana dá sinais de força renovada. O grupo liderado por ACM Neto (União Brasil) e Bruno Reis (União Brasil), agora reforçado por lideranças de partidos como Progressistas, PL, MDB e setores do PSD, apresenta-se como uma forte oposição ao governo de Jerônimo Rodrigues (PT) e ao presidente Lula no estado.
O desafio agora é manter a unidade, alinhar os projetos para 2026 e pavimentar o caminho. Mas uma coisa é certa: com a chegada de João Leão e Cacá Leão, a oposição na Bahia passou a falar mais alto — e com uma só voz.