Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam para uma mudança significativa no perfil religioso da Bahia. O número de católicos atingiu seu menor patamar histórico, enquanto os evangélicos apresentaram crescimento expressivo em todo o estado.
Catolicismo em declínio
Historicamente predominante, o catolicismo na Bahia vem registrando uma redução contínua no número de adeptos. Em Salvador, a proporção de católicos caiu para 60,5% da população, refletindo uma tendência observada em outras regiões do estado.
Crescimento dos evangélicos
Em contrapartida, as igrejas evangélicas, especialmente as de orientação pentecostal e neopentecostal, têm expandido sua presença na Bahia. A Assembleia de Deus, por exemplo, destaca-se como uma das denominações com maior crescimento.
Essa expansão é evidenciada pelo número de estabelecimentos religiosos: a Bahia possui mais de 52 mil templos religiosos georreferenciados, superando a quantidade de unidades de saúde e ensino combinadas.
Fatores que influenciam a mudança
Especialistas apontam diversos fatores para essa transformação no cenário religioso baiano. A teologia da prosperidade, adotada por muitas igrejas evangélicas, oferece uma mensagem de solução imediata para problemas cotidianos, o que atrai fiéis em busca de respostas práticas.
Além disso, a facilidade de abertura de novos templos e a presença ativa das igrejas evangélicas em comunidades carentes contribuem para seu crescimento. A linguagem acessível e a oferta de apoio social também são elementos que fortalecem a adesão a essas denominações.
Perspectivas futuras
Com base nas tendências atuais, projeções indicam que os evangélicos podem ultrapassar os católicos em número de adeptos na Bahia nas próximas décadas. Esse cenário reflete uma transição religiosa em curso, marcada pela diversificação das crenças e pela busca por espiritualidades que dialoguem com as realidades contemporâneas da população baiana.
A mudança no perfil religioso do estado ressalta a importância de compreender as dinâmicas sociais e culturais que influenciam as escolhas espirituais dos indivíduos, bem como o papel das instituições religiosas na vida cotidiana das comunidades.