No Brasil, 433 mil pessoas são milionárias em dólar. Ou seja, têm fortuna superior a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões). É o que constatou relatório anual do banco UBS, especializado na gestão do patrimônio de alta renda. O número de pessoas neste grupo selecionado cresceu 1,6%, mostra o estudo.
O país que, de longe, tem o maior número de milionários no mundo é os Estados Unidos. O Brasil é o primeiro na América Latina. Confira os principais países no ranking:
O relatório do UBS investigou, ao todo, 56 países de várias regiões do mundo. O estudo chama a atenção para a enorme transferência de riqueza entre gerações — e mesmo entre membros de uma família que são da mesma geração — prevista para ocorrer nos próximos anos.
US$ 74 trilhões em heranças
O UBS estima uma transferência global total de riqueza superior a US$ 83 trilhões nos próximos 20 a 25 anos. Deste total, cerca de US$ 9 trilhões corresponderão a transferências horizontais. E mais de US$ 74 trilhões serão transferências verticais, ou seja, entre gerações.
Brasil é o 2º país com maior fortuna a ser herdada
Espera-se que o maior volume de transferências de riqueza ocorra nos Estados Unidos, com larga vantagem, superando US$ 29 trilhões ao longo das próximas décadas.
O Brasil ocupa o segundo lugar em nosso ranking, com cerca de US$ 9 trilhões, à frente da China, que apresenta mais de US$ 5,6 trilhões de dólares. Um dos principais motivos por trás dessa projeção para o Brasil é sua grande população com mais de 75 anos.
Nos EUA, 379 mil novos milionários só em 2024
A riqueza cresceu de forma desproporcionalmente rápida no ano passado nos Estados Unidos, onde mais de 379.000 pessoas se tornaram novas milionárias em dólares americanos — mais de mil por dia —, segundo o relatório.
O patrimônio líquido de famílias aumentou 4,6% em todo o mundo. Os Estados Unidos representaram quase 40% dos milionários globais em 2024.
Os ‘milionários comuns’
O estudo do UBS também destacou a ascensão de um grupo batizado pelo banco de “milionários comuns”. São ricos, mas não tão ricos assim. A fortuna desses indivíduos supera US$ 1 milhão, mas não chega a US$ 5 milhões.
O total de pessoas neste grupo mais do que quadruplicou desde 2000, chegando a 52 milhões de indivíduos. E esse número está disparando. No início do milênio, havia apenas 13,27 milhões de pessoas nesse grupo e, em 2019, já eram cerca de 44 milhões no mundo todo.
Juntos, esses indivíduos têm patrimônio total de US$ 107 trilhões — mais de quatro vezes o que detinham no ano 2000. Assim, o grupo dos “milionários comuns” já soma riqueza próxima à detida pelo topo da pirâmide — os milionários com mais de US$ 5 milhões no bolso têm, juntos, fortuna de US$ 119 trilhões.
Ranking da desigualdade com Brasil à frente
O relatório também mapeou a disparidade de renda nos países. E, na lista, o Brasil é o mais desigual, ou seja, com maior concentração de renda no topo da pirâmide. Ao lado da Rússia, é a economia menos igualitária.
Confira, abaixo o ranking da desigualdade pelo Índice de Gini (quanto mais perto de 1, maior a concentração de renda):