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quarta-feira 21 de maio de 2025 às 17:04h

Bolsas encerram em forte queda e dólar cai em meio a risco fiscal nos EUA; juros globais disparam

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Os mercados financeiros globais enfrentaram uma quarta-feira (21) turbulenta, marcada por fortes quedas nas bolsas, disparada nos juros dos títulos soberanos e enfraquecimento do dólar. O principal fator por trás da aversão ao risco foi a crescente preocupação com o quadro fiscal dos Estados Unidos, que gerou uma onda de pessimismo entre investidores.

Os principais índices acionários em Nova York — Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq — recuaram mais de 2%, refletindo o receio de que a dívida pública dos EUA esteja se tornando insustentável. No Brasil, o Ibovespa acompanhou o movimento externo e fechou em baixa de 1,8%, pressionado também pela alta dos juros internacionais, que afeta o fluxo de capital para mercados emergentes.

FMI acende alerta e agrava nervosismo

O gatilho do movimento foi a divulgação, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de um relatório que cobra dos EUA um plano de ajuste fiscal crível e alerta para os riscos sistêmicos de uma trajetória de endividamento sem controle. O mercado reagiu de forma negativa à avaliação de que a dívida americana poderá ultrapassar 120% do PIB nos próximos anos sem medidas corretivas.

“Esse alerta do FMI ecoa em um momento já delicado, com investidores atentos aos sinais de desaceleração global e inflação persistente. A combinação é explosiva”, avaliou uma gestora de recursos em Nova York.

Dólar em queda, mas por motivo preocupante

Curiosamente, o dólar teve um dia de fraqueza, contrariando o comportamento típico de moeda de refúgio. A divisa americana recuou frente a várias moedas emergentes, inclusive o real, que fechou cotado a R$ 4,97, com valorização de 0,6%.

A explicação está na reprecificação do risco soberano dos EUA: parte dos investidores passou a questionar a segurança dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), o que pressionou os rendimentos (yields) para cima e levou a uma migração momentânea para outros ativos.

Juros globais disparam

Os yields dos Treasuries de 10 anos saltaram para 4,78%, o maior patamar desde novembro de 2024, refletindo não apenas o risco fiscal, mas também as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) poderá manter os juros elevados por mais tempo. Em outros países desenvolvidos, como Alemanha e Reino Unido, os juros também subiram, ampliando o impacto nos mercados globais.

Para países emergentes, o cenário é duplamente desafiador: além da fuga de capitais, o aumento nos custos de financiamento externo pode pressionar as moedas locais e forçar bancos centrais a manter políticas monetárias mais apertadas.

Próximos capítulos: teto da dívida e cenário político

A tensão deve continuar nos próximos dias, com os investidores atentos a dois fatores: o andamento das discussões sobre o teto da dívida americana no Congresso e os sinais políticos em ano pré-eleitoral nos EUA. A percepção de impasse ou radicalização pode intensificar ainda mais a aversão ao risco.

“O mercado está exigindo respostas concretas. O tempo de acomodação acabou. Sem sinal de responsabilidade fiscal, os investidores vão cobrar o preço”, disse um analista de macroeconomia em Londres.

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