O Olodum, bloco carnavalesco afro, completou 40 anos e será homenageado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) com sessão especial proposta pela deputada Fabíola Mansur (PSB). Ela encaminhou requerimento ao presidente Nelson Leal (PP) propondo o próximo dia 15 de agosto como data da sessão.
Na análise de Fabíola, o Olodum “é visto como um embaixador cultural da negritude, da Bahia e do Brasil, e ao longo de uma trajetória de quatro décadas elevou, divulgou e valorizou a herança cultural afro-brasileira”. Por isso, considera a parlamentar, “é mais do que justo que a Assembleia Legislativa da Bahia reconheça toda esta contribuição e homenageie o Olodum”.
No documento onde requer e justifica a sessão especial, Fabíola Mansur conta a história do bloco afro, fundado em 25 de abril de 1979 no antigo Maciel-Pelourinho, “para proporcionar aos moradores da comunidade a possibilidade de brincar o carnaval de forma organizada, uma vez que eles, geralmente, tinham o acesso negado nos blocos tradicionais do carnaval de Salvador”.
Em 1983, uma grave crise financeira impossibilitou o desfile do bloco, “que deixou de existir, e muitos dos seus dirigentes/fundadores afastaram-se do grupo”. No ano seguinte, chega ao bloco João Jorge Rodrigues, que, por suas passagens pelo Ilê Aiyê, Movimento Negro Unificado e com militância sindical, além de ser um antigo morador do Pelourinho, “era tido com o nome ideal para, como na lenda da fênix, ressuscitar das cinzas, o Olodum”.
Ele transforma o bloco de carnaval em uma organização da luta antirracista, de defesa dos direitos humanos, de disseminação da cultura de paz e, “principalmente, preocupada com a superação dos problemas da comunidade”. Nasceu, assim, o Grupo Cultural Olodum.
A instituição, juntamente à Unegro e ao APLB/Sindicato, foi o responsável por fazer com que a Constituição do Estado tivesse, pela primeira vez, um capítulo dedicado ao negro. A ação do Olodum é reconhecida pela Unesco/ONU, e o grupo já foi homenageado com prêmios, medalhas e diplomas em vários países do mundo.
Fabíola Mansur considera que “o Olodum mudou as várias faces da Bahia: transformou o antigo Pelourinho em um dos principais pontos turísticos do Brasil, ao trazer para ali tocar Paul Simon e Michael Jackson. Elevou a autoestima da juventude afro-baiana por meio dos seus posicionamentos e criou o samba-reggae, conquistando o Brasil e o mundo”.
Por tudo isso, conclui a deputada socialista, “o Olodum mais do que merece as homenagens que lhes são rendidas por todas as pessoas e instituições baianas em reconhecimento à sua trajetória”.