Três instituições financeiras foram removidas do sistema Pix após terem sido identificadas como destinatárias de recursos desviados no que está sendo tratado como o maior ataque cibernético já registrado no sistema financeiro brasileiro. A decisão foi tomada por órgãos de fiscalização e controle em conjunto com o Banco Central, segundo informações divulgadas pelo portal PlatôBR.
A exclusão dessas instituições do sistema de pagamentos instantâneos tem como objetivo proteger a integridade da rede Pix, que movimenta bilhões de reais diariamente. Fontes ligadas à investigação afirmam que os desligamentos ocorreram após a constatação de fragilidades graves nos mecanismos de controle e prevenção de fraudes das instituições atingidas.
Outras instituições sob análise
Além das três já retiradas do sistema, outras empresas devem ser desconectadas do Pix nas próximas horas, à medida que as investigações avançam. Na última segunda-feira (30), diversas instituições acusaram o recebimento de transferências atípicas, fruto da operação dos hackers, enquanto outras sequer se pronunciaram até o momento — o que acentuou as suspeitas sobre possíveis falhas de governança ou omissão.
Segundo especialistas em segurança digital, o protocolo do Pix exige medidas de controle não apenas de quem envia, mas também de quem recebe os recursos, o que torna obrigatória a identificação de movimentações fora do padrão e a comunicação imediata às autoridades competentes. A ausência desses procedimentos foi classificada como “deficiência grave” em relatórios preliminares.
Processos administrativos serão abertos
O Banco Central e demais órgãos reguladores devem abrir processos administrativos contra as instituições envolvidas, para investigar se houve negligência, falhas sistêmicas ou práticas ilegais que contribuíram para o sucesso da ação hacker. Dependendo do resultado, as empresas podem enfrentar multas, sanções regulatórias e até a revogação de suas autorizações de operação.
O maior ataque da história recente
O ataque, que ainda está sendo desvendado, envolveu transferências em larga escala a partir de uma instituição parceira do sistema bancário. Fontes informaram que o grupo criminoso se aproveitou de brechas em mecanismos de autenticação e monitoramento de transações para movimentar valores consideráveis em um curto espaço de tempo.
Embora o Banco Central tenha afirmado que os sistemas centrais do Pix não foram comprometidos, o incidente reacende o debate sobre os riscos do sistema financeiro altamente digitalizado e a responsabilidade das fintechs e instituições menores que operam sob autorização do BC.
Medidas de reforço
A expectativa é de que, nos próximos dias, o Banco Central anuncie medidas adicionais de segurança, incluindo novas exigências para o ingresso e permanência de instituições no ecossistema do Pix. Entre as propostas em análise estão auditorias de segurança mais frequentes, exigência de respostas rápidas a anomalias operacionais e punições mais severas em caso de omissão.
Enquanto isso, especialistas recomendam que usuários monitorem suas contas com atenção redobrada e denunciem qualquer movimentação suspeita às suas instituições financeiras.
O caso ainda está em investigação, mas já é visto como um marco para a revisão de protocolos de cibersegurança no Brasil.