Um ano após marcar presença em evento esvaziado, o presidente Lula da Silva (PT) não comparecerá nos atos do Dia do Trabalho organizados pelas centrais sindicais, mas gravou um pronunciamento para a data que será exibido em cadeia de rádio e TV. Uma das principais pautas deste 1º de Maio é o fim da escala 6×1. O tema é tratado no site do PT como “pauta histórica”, mas parlamentares do PSOL afirmam que a reivindicação vem sendo travada por falta de sinalizações do presidente.
O apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a jornada 6×1, em tramitação no Congresso, é uma das bandeiras das celebrações em São Paulo. Com sorteio de automóveis, shows gratuitos de artistas sertanejos e grupos de pagode, as centrais sindicais tentam atrair público para dois atos separados. A CUT organiza o palco em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, berço político de Lula, enquanto as demais realizam evento na Praça Campo de Bagatelle, na região Norte da cidade, evitando o estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, onde tiveram público abaixo do esperado no ano passado.
De acordo com aliados, o presidente manifestou desejo de ir ao evento de São Bernardo, mas avaliou que não ficaria bem desprezar as demais centrais sindicais, além de ser arriscado de ter pouca mobilização, devido a impopularidade de Lula, segundo últimas pesquisas. Assim, optou por ficar em Brasília. Na segunda-feira, ele gravou no Palácio da Alvorada o pronunciamento para a ocasião, sob a coordenação do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira.