Ao menos seis senadores cujos mandatos terminam em 2026 pensam em não tentar a reeleição ao Senado. Os motivos vão desde a ambição de ocupar outros cargos, passando articulações políticas diversas ou até a intenção de abandonar a carreira política.
Segundo o Estadão/Broadcast apurou, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Cid Gomes (PSB-CE), Mara Gabrilli (PSD-SP), Paulo Paim (PT-RS), Oriovisto Guimarães (PSDB-PR), Eduardo Girão (Novo-CE) não planejam renovar seus mandatos no ano que vem.
O número deve aumentar com a aproximação da corrida eleitoral, devido a interesses partidários, estratégias pessoais ou a alta competitividade pelas cadeiras do Senado, que tende ter uma das eleições mais disputadas de 2026, com a meta de partidos de direita de conseguir maioria na Casa. Ao todo, 54 dos 81 assentos do Senado estarão em disputa no próximo pleito.
Veja as situações de cada um deles:
Rodrigo Pacheco
O senador Rodrigo Pacheco quer priorizar a disputa pelo governo do Estado de Minas em 2026. Caso não consiga, Pacheco vai mirar um cargo de ministro a partir de 2027 ou deixar a vida pública.
O senador é aliado de Lula e tem recebido declarações de apoio do petista. No último dia 12, Lula chamou Pacheco de “futuro governador” e arrancou aplausos da plateia durante um evento em Minas Gerais. Pesa contra o senador disputas internas contra o correligionário e ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Pacheco foi deputado federal por um mandato, quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara dos Deputados. Em 2018, elegeu-se senador e presidiu a Casa Alta por quatro anos.
Cid Gomes
O senador Cid Gomes deve apoiar o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) para sua vaga no Senado, conforme o Estadão/Broadcast apurou.
Irmão de Ciro Gomes, de quem andou afastado, Cid nega que tenha a intenção de concorrer ao governo do Estado do Ceará, mas diz que não quer deixar a vida política. Segundo ele, a ideia é continuar nas articulações e na militância.
Mara Gabrilli
A senadora anunciou o plano de concorrer à reeleição do Senado no começo do ano, mas interesses partidários fizeram com que Mara mudasse a rota. Agora, ela pretende tentar uma cadeira como deputada estadual de São Paulo, como mostrou a Coluna do Estadão.
A decisão foi tomada a pedido do presidente do PSD, partido ao qual é filiada e que quer abrir caminho para nomes mais ligados à direita, de olho em acordos políticos.
Paulo Paim
Após três mandatos no Senado, Paulo Paim já anunciou publicamente que não vai concorrer à reeleição no ano que vem. A decisão foi comunicada ao PT, pelo qual é filiado há 40 anos. A ideia, por enquanto, é continuar nas articulações da esquerda.
Oriovisto Guimarães
Já Oriovisto Guimarães afirmou ao Estadão/Broadcast que se retirará da vida pública no fim do ano que vem. Um dos nomes mais ricos do Congresso – com R$ 239 milhões declarados à Justiça Eleitoral em 2018 -, ele diz que sua ideia era ter só um mandato.
Eduardo Girão
Eleito em 2018 na onda bolsonarista, Eduardo Girão confirmou ao Estadão a intenção de se lançar candidato ao governo do Estado do Ceará em 2026. Ex-presidente do time de futebol Fortaleza, o senador tentou se eleger prefeito de Fortaleza em 2024, mas teve pouco mais de 1% dos votos.