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sábado 18 de maio de 2019 às 07:22h

Antigas dinastias ainda comandam a política mundial, indica estudo

CURIOSIDADES


Duas pesquisadoras de universidades dos Estados Unidos publicaram um estudo no jornal Historical Social Research que mostra que um em cada dez líderes vêm de lares nos quais já há fortes laços políticos.

As autoras da pesquisa, Farida Jalalzai, da Universidade Estadual do Oklahoma, e Meg Rincker, da Universidade Purdue Northwest, analisaram as origens de 1029 políticos com poder executivo — presidentes e primeiro-ministros — da África subsariana, Ásia, Europa, América do Norte e América Latina entre os anos 2000 a 2017. As pesquisadoras notaram que 119 líderes, o que corresponde a 12%, pertenciam a alguma “família política”.

O termo, segundo o estudo, corresponde a ter um laço sanguíneo ou matrimonial a alguém relacionado com a atividade política, seja como um juiz, oficial de partido, burocrata, legislador, presidente ou ativista. Foram estudadas todo tipo de conexão política, sejam em países ricos ou pobres, monarquias ou democracias.

Entre os exemplos analisados estão o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o primeiro ministro do Canadá, Justin Trudeau e a ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

Segundo as pesquisadoras, apesar do poder ser herdado naturalmente em monarquias, até mesmo nas democracias — onde cidadãos escolhem os seus líderes em processos eleitorais livres —pertencer a uma família política é uma vantagem significativa, que fornece reconhecimento ao nome do candidato, experiência política e acesso a aliados e a recursos para assumir um mandato.

A América do Norte — que é definida pelo recorte do estudo em EUA e Canadá — teve o maior número de líderes com laços familiares: dois dos oito presidentes e primeiro-ministros estudados tinham históricos familiares que antecederam os seus respectivos mandatos.

A Europa era a segunda região com mais líderes que tinham laços políticos familiares: 13% dos presidentes europeus e primeiro-ministros vinham de famílias políticas — a mesma proporção registrada pelas pesquisadoras na América Latina. Apenas 54 líderes europeus, no entanto, tinham laços com presidentes ou primeiro-ministros antecessores.

De acordo com a pesquisa, 11 de 88 líderes latino-americanos tinham alguma relação com presidentes. Um exemplo é Jorge Luís Batlle do Uruguai, que teve três parentes que assumiram a presidência antes dele.

Na África subsariana houve a menor porcentagem de líderes do executivo com familiares políticos, apenas 9%. Em relação aos presidentes asiáticos, 24 de 204 líderes tinham conexões familiares.

O estudo também traçou um recorte feminino para determinar como as mulheres entram nos negócios políticos, que são dominados pelos homens. Em um total de 1029 líderes analisados, apenas 66 eram mulheres. Entre elas, a chanceler alemã Angela Merkel, a primeira-minitra paquistanesa, Benazir Bhutto, a vencedora do prêmio nobel da paz, Ellen Johnson Sirleaf, e a ex-presidente Dilma Rousseff.

As pesquisadoras concluíram que as mulheres que alcançam posições mais altas têm maior probabilidade de pertencerem a famílias políticas do que os homens: 29% das mulheres líderes do executivo tinham conexões familiares políticas, enquanto que um pouco mais de 10% dos homens tinham esses laços.

Todas as mulheres que o estudo inclui que tinham familiares políticos foram, sem exceções, as primeiras mulheres na família a assumir um cargo na política. A relação que elas tinham com o poder era sempre vinda de um membro familiar masculino.

As autoras da pesquisa citam como exemplo Cristina Fernández Kirchner, que sucedeu seu marido, Nestor Kirchner, na presidência da Argentina em 2007. No entanto, as pesquisadoras ressaltaram o fato de que 71% das mulheres líderes conseguiram o cargo mais alto do Estado sem manter nenhuma conexão familiar na política.

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