ex-prefeito de Salvador e principal nome da oposição ao governo baiano, ACM Neto (União Brasil), declarou nesta quinta-feira (3) que deseja reencontrar no mesmo palanque o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL) na eleição estadual de 2026. A afirmação, feita em entrevista à Revista Recôncavo, reforça sinais de reaproximação entre os dois líderes, que romperam politicamente em 2021.
“Já está acontecendo a reaproximação. A gente já tem mantido contatos e diálogos. Ainda ontem falei com ele por telefone, e na semana passada estivemos juntos em Cruz das Almas, no São João de Cruz. Eu acho que isso já é um fato público, então não preciso esconder”, declarou ACM Neto durante agenda política em Governador Mangabeira.
A aliança entre Neto e Roma foi rompida quando João Roma assumiu o Ministério da Cidadania no governo Jair Bolsonaro. Em 2022, os dois se enfrentaram na disputa pelo governo da Bahia: ACM Neto liderava a corrida até ser derrotado no segundo turno pelo atual governador Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto Roma, com 9% dos votos, contribuiu para levar a eleição ao segundo turno.
Apesar do desgaste, Roma declarou apoio a Neto no segundo turno de 2022, ainda que de maneira discreta, sem participar ativamente da campanha. Agora, o cenário aponta para uma possível reconciliação com vistas à construção de uma frente ampla contra o PT na Bahia.
“Há um desejo, pelo menos da minha parte, de que a gente possa caminhar no mesmo sentido e, portanto, compor o mesmo palanque em 2026. Precisa haver uma unidade que reúna todas as forças políticas antagônicas ao PT, que fazem oposição a Jerônimo Rodrigues”, afirmou ACM Neto, em tom conciliador.
A possível reunificação entre ACM Neto e João Roma, ambos com forte base eleitoral e vínculos com o eleitorado conservador no estado, é vista como estratégica para fortalecer a oposição ao atual governo petista na Bahia, que mantém hegemonia política há quase duas décadas.
A sinalização de paz entre os dois ocorre em um momento em que a direita baiana busca recompor forças e evitar o fracionamento do eleitorado não alinhado ao PT. O Progressistas e Republicanos já são oficialmente oposição na Bahia, mas podem ter o PSD ao lado também no estado.