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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore Ascom/Ministério da Economia e Claudio Gatti/VEJA
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quarta-feira 17 de novembro de 2021 às 07:33h

A rixa entre Paulo Guedes e o guru de Moro na Economia

ECONOMIA, NOTÍCIAS


Apontado por Sergio Moro como seu colaborador para assuntos macroeconômicos, em entrevista a Pedro Bial exibida na madrugada desta quarta-feira (17), o economista Affonso Celso Pastore não poupa críticas à atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes. E, semanas atrás, foi alvo da verborragia do Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro.

Hoje com 82 anos de idade, Pastore foi presidente do Banco Central entre 1983 e 1985, durante o governo de João Figueiredo, nos últimos anos da ditadura militar. Ex-diretor da Faculdade de Economia da USP e ex-secretário da Fazenda de São Paulo e sócio de uma empresa de consultoria de macroeconomia, ele mantém uma coluna no jornal “O Estado de S.Paulo.

Em setembro, Pastore disse ao UOL que Guedes “opera como uma cheerleader” e destacou a debandada dos integrantes da sua equipe original no ministério. E deu nota zero à gestão do ministro.

“Não há política econômica, consequentemente não temos ministro da Economia. Ele no fundo é um propagandista do governo Bolsonaro. Está sendo uma peça no tabuleiro político do presidente Bolsonaro. Ele não é uma peça que está encaixada dentro do tabuleiro no qual se deve jogar um jogo e produzir reformas que aumentem a eficiência da economia brasileira”, declarou.

No fim do mês passado, questionado sobre a crítica de economistas à flexibilização do teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil de 400 reais, Guedes citou nominalmente Maílson de Nóbrega, Henrique Meirelles e Pastore, a quem sugeriu que fique quieto e tenha uma “velhice digna”.

“Era um bom amigo, é um economista com um passado razoável. Não tem um bom treinamento em equilíbrio geral. Ele não está entendendo o que estamos fazendo. Então ele fica me xingando, me atacando, atacando o governo… Ele serviu a um governo militar. Ele fica falando: ‘Ah, o Paulo Guedes tá ajudando o Bolsonaro’. Bolsonaro é um presidente democraticamente eleito, 60 milhões de votos”, declarou.

Ao lado de Bolsonaro, que é um entusiasta da ditadura militar, o ministro reiterou que Pastore trabalhou na gestão de Figueiredo, que para ele “foi um caos e “tocou fogo no Brasil”.

“Porque exatamente fez uma política errada, ele tava no Banco Central, não fez nada e tá me criticando por ajudar um presidente democraticamente eleito. Ele ajudou um governo que não foi democraticamente eleito. Tinha que ficar quieto e ter uma velhice digna”, concluiu Guedes.

As diferenças entre Moro e Bolsonaro, que romperam em abril do ano passado e podem se reencontrar nas urnas no ano que vem, não param de crescer.

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