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sexta-feira 29 de outubro de 2021 às 08:58h

A ciência por trás de cinco métodos que ajudam a viver mais e melhor

NOTÍCIAS, SAÚDE


A maioria das pessoas quer uma vida longa e feliz. Vivem mais de 100 anos. Se você está nesse grupo, há uma boa notícia. Na última década foi produzida uma revolução silenciosa na investigação sobre a nossa compreensão da biologia do envelhecimento.

O desafio é transformar esse conhecimento em conselhos e tratamentos dos quais as pessoas possam se beneficiar. Aqui, rompemos o mito de que aumentar a expectativa de vida saudável é ficção científica e mostramos que isso é um fato científico.

1. Nutrição e estilo de vida

Há muitas evidências sobre os benefícios de fazer coisas que podem ser consideradas chatas, como se alimentar corretamente.

Um estudo com grandes grupos de pessoas comuns mostra que manter o peso, não fumar, restringir o álcool a quantidades moderadas e comer ao menos cinco porções de frutas e verduras por dia pode aumentar a sua expectativa de vida de sete a 14 anos, em comparação a alguém que fuma, bebe excessivamente e está acima do peso.

Reduzindo ainda mais as calorias, em cerca de um terço, a chamada restrição alimentar melhora a saúde e prolonga a vida de camundongos e macacos, sempre que eles comem as coisas corretas. Mas isso é algo difícil de pedir para os humanos, que estão constantemente expostos a tentações alimentares.

Acredita-se que os riscos de pessoas de meia-idade desenvolverem uma doença relacionada à idade diminuem quando adotam versões menos extremas de jejum com restrição de tempo ou intermitente (aqueles que indicam que a pessoa deve comer apenas em um período de oito horas por dia ou jejuar dois dias por semana).

Mulher comendo frutas
Alimentação saudável é fundamental na busca por qualidade de vida – CRÉDITO,GETTY IMAGEs

2. Atividade física

Em todo o mundo, a inatividade causa diretamente cerca de 10% das mortes prematuras por doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doença arterial coronária e vários tipos de câncer.

Se todas as pessoas do mundo fizessem exercícios suficientes a partir de amanhã, o efeito disso provavelmente seria um aumento na expectativa de vida humana saudável em quase um ano.

Mas quanto exercício físico é o ideal?

Os níveis muito altos são realmente ruins, não apenas em termos de músculos rompidos ou entorses de ligamentos. Eles também podem suprimir o sistema imunológico e aumentar o risco de doenças respiratórias.

Um pouco mais de 30 minutos de atividade física moderada ou intensa é suficiente para a maioria das pessoas. Isso não apenas te faz mais forte e te coloca em forma, mas também reduz possíveis inflamações prejudiciais e até melhora o humor.

3. Estimular o sistema imunológico

Por mais que você esteja em forma e coma corretamente, o seu sistema imunológico, infelizmente, se torna menos eficaz conforme envelhece. As respostas ruins à vacinação e a incapacidade de combater as infecções são consequências dessa “imunossenescência”, que são as alterações imunológicas observadas no envelhecimento.

Tudo começa a piorar no início da idade adulta, quando o timo, órgão localizado na região da garganta, começa a murchar.

Isso é ruim, mas se torna ainda mais preocupante porque é no timo em que os agentes imunológicos chamados células T aprendem a combater infecções.

O fechamento de um local tão importante para as células T significa que elas não podem aprender a reconhecer novas infecções ou combater o câncer de forma eficaz em pessoas mais velhas.

Ilustração mostra homem com suas células
É possível que em breve possamos produzir medicamentos que contenham molécula que pode estimular o sistema imunológico entre os mais velhos, apontam especialistas – CRÉDITO,GETTY IMAGES

É possível melhorar um pouco essa situação assegurando-se de que o corpo tem vitaminas essenciais suficientes, especialmente A e D.

Uma área de pesquisa promissora analisa os sinais que o corpo envia para ajudar a formar mais células imunológicas, particularmente uma molécula chamada IL-7.

É possível que em breve possamos produzir medicamentos que contenham essa molécula, o que pode estimular o sistema imunológico entre os mais velhos.

Outra alternativa é usar o suplemento alimentar de espermidina para ativar células imunológicas para eliminar o seu “lixo interno”, como as proteínas danificadas. Isso melhora tanto o sistema imunológico dos idosos que agora está sendo testado como uma forma de obter melhores respostas às vacinas contra a covid-19 entre os mais velhos.

4. Rejuvenescimento celular

A senescência é um estado tóxico no qual as células entram à medida em que envelhecemos, causando estragos em todo o corpo e gerando inflamação crônica sistêmica de baixo grau e doenças – essencialmente causando o envelhecimento biológico.

Em 2009, os cientistas demonstraram que os ratos de meia-idade viviam mais e se mantinham mais saudáveis se recebessem quantidades pequenas de um medicamento chamado rapamicina, que inibe uma proteína chave chamada mTOR, que ajuda a regular a resposta das células aos nutrientes, estresse, hormônios e danos.

No laboratório, medicamentos como a rapamicina (chamados inibidores de mTOR) fazem com que as células humanas senescentes (envelhecidas) se vejam e se comportem como se fossem mais jovens.

Embora seja muito cedo para prescrever esse medicamento para uso geral, um novo ensaio clínico acaba de começar para provar se a rapamicina em doses baixas pode realmente atrasar o envelhecimento das pessoas.

Homem e mulher com desenho de seus órgãos em suas barrigas

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Descoberta no solo da Ilha de Páscoa, no Chile, a rapamicina tem um significado místico e foi aclamada pela imprensa como um possível “elixir da juventude”. Inclusive, pode até melhorar a memória de ratos com doença semelhante à demência.

Mas todos os medicamentos têm seus prós e contras. Não é diferente com a rapamicina, cujo excesso pode suprimir o sistema imunológico. Muitos médicos relutam em considerar que ela pode evitar doenças relacionadas à idade.

No entanto, pesquisas apontam que a dosagem fundamental dos medicamentos mais novos, como o RTB101, que funcionam de forma semelhante à rapamicina, aumentam o sistema imunológico em idosos e inclusive podem reduzir as taxas e a gravidade da infecção por covid-19.

Duas senhoras conversando
Pesquisadores dizem estar animados com avanço de tratamentos relacionados ao envelhecimento das células CRÉDITO,GETTY IMAGES

5.Livre-se das células velhas

Livrar-se por completo das células senescentes é outro caminho promissor.

Um número crescente de estudos em laboratório com ratos que usam medicamentos para matar células senescentes, as chamadas “senolíticas”, mostram melhoras gerais de saúde. Os ratos não morrem dessas doenças que podem surgir com a idade e acabam vivendo mais tempo.

A eliminação das células senescentes também ajuda as pessoas. Em um pequeno ensaio clínico, pessoas com fibrose pulmonar grave relataram uma melhora geral, incluindo a distância e a velocidade com que podiam andar, após serem tratadas com medicamentos senolíticos.

Mas isso pode ser apenas a ponta do iceberg.

A diabetes e a obesidade, assim como a infecção com algumas bactérias e vírus, podem desencadear a formação de mais células senescentes, que fazem com que os pulmões sejam mais suscetíveis à infecção pela covid-19 – e a doença causada pelo coronavírus faz com que mais células se tornem senescentes.

É importante destacar que se livrar das células senescentes em ratos velhos ajuda esses animais a sobreviver à infecção pela covid-19.

O envelhecimento e a infecção caminham juntos. Os idosos contraem mais doenças infecciosas quando o sistema imunológico começa a perder força, enquanto a infecção acelera o envelhecimento até a senescência.

Como o envelhecimento e a senescência estão completamente ligados a doenças crônicas e infecciosas em pessoas mais velhas, o tratamento da senescência pode melhorar a saúde em geral.

Para especialistas, é animador que alguns desses novos tratamentos já estejam tendo bons resultados em ensaios clínicos e possam estar disponíveis em breve para todos.

*Este artigo foi publicado originalmente no The Conversation e reproduzido aqui por meio da licença Creative Commons. Clique aqui caso queira ler a sua versão original, em inglês.

*Richard Faragher é professor de biogerontologia na Universidade de Brighton, no Reino Unido, Lynne Cox é professora de bioquímica na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

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