Mercosul e União Europeia voltaram a se estranhar após os europeus apresentarem uma carta, no mês passado, com um protocolo adicional de exigências para fechar o acordo comercial. O documento foi mal recebido pelo governo brasileiro, que considera inapropriada a iniciativa de requisitar compromissos extras após o acordo ter sido fechado e desconfia de que os europeus querem protelar a abertura comercial. As informações são de Mariana Carneiro e Julia Lindner, do jornal Estadão.
Nesta quarta (19), equipes técnicas dos dois blocos se reúnem para tratar desta nova fase de negociação, focada na área ambiental. Está prevista ainda para 16 de maio a visita de uma comitiva de parlamentares europeus ao Brasil para reuniões no Itamaraty e na Câmara dos Deputados.
Enquanto a diplomacia não entra em acordo, políticos brasileiros trabalham para melhorar a imagem do País vendendo a ideia de que o Brasil de hoje está comprometido com a proteção ambiental, o que não ocorria sob Jair Bolsonaro. O aditivo europeu foi elaborado ano passado, quando não se sabia quem seria o eleito. Neste mês, Lula irá a Portugal e Espanha e o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), vai a Lisboa.
Ambientalistas dizem que o pano de fundo são outras exigências ambientais da Europa, como o rastreamento de produtos para saber se têm origem em áreas de desmatamento, e restrições ao biodiesel de soja.