ONU aposta na alta do ofertas de comida à base de insetos nos supermercados
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Ifad, diz que 2 bilhões de pessoas no mundo já se alimentam de insetos; mas nos países ocidentais, ideia começa a ser reavaliada agora; dieta com insetos é saudável para consumidores e para o meio ambiente.
Uma parceria para mitigar a mudança climática e promover segurança alimentar de um planeta com 8 bilhões de pessoas foi firmada pelas Nações Unidas, Estados Unidos e pelos países da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP27.
Uma das propostas da iniciativa é produzir insetos como comida para seres humanos e rebanhos de animais. Os insetos são uma fonte de proteína e micronutrientes e não geram grandes quantidades de gases prejudiciais ao clima.
Prateleiras de supermercados com comidas à base de inseto
Para os especialistas da agência da ONU, com as barreiras criadas pela mudança climática à distribuição e disponibilidade de alimentos, os insetos comestíveis passaram a ser uma área, cada vez mais explorada, com o aumento da demanda de consumidores.
Atualmente, o mundo tem 8 bilhões de pessoas. E não levará muito tempo para que as prateleiras de supermercados passem a oferecer comidas prontas à base de insetos.
Segundo o Ifad, a agricultura é o maior contribuinte para a mudança climática, mas ela é também parte da solução. Os pequenos produtores agrícolas tendem a evitar o uso de fertilizantes danosos ou maquinários à base de combustíveis fósseis.
Ciclo de vida curto e não precisa de muita água
Na iniciativa Compromisso Global do Metano, o Ifad e parceiros querem ajudar os produtores a reduzir ainda mais suas emissões. O metano é o principal gás causador do efeito estufa.
Na proposta que inclui a disseminação de insetos como alimentos, os especialistas lembram que os insetos têm uma alta taxa de reprodução, um ciclo de vida curto e não precisam de grandes áreas de cultivo ou de água para a criação.
Os insetos já são, atualmente, uma fonte essencial de alimentos para pelo menos 2 bilhões de pessoas no mundo. Mas nos países do Ocidente apenas agora, se iniciou uma reavaliação do papel que eles ocupam em sistemas alimentares.
Tendo em vista os baixos custos de produção e espaço necessários para os insetos, até mesmo as pessoas mais pobres dos países em desenvolvimento poderão criar, vender e comer os insetos.
A agência da ONU lembra que o mundo tem mais de 2 mil tipos de insetos comestíveis que vão de grilos a cigarras. Especialistas garantem que existem insetos saborosos e muitas escolhas a serem feitas.
Apesar de reconhecerem que inserir insetos na dieta das pessoas não resolverá o problema da emergência climática, o Ifad acredita que o novo estilo de vida pode sim diminuir, de forma significativa, o impacto sobre o meio ambiente.
Veja algumas razões:
- E para os especialistas, a dieta à base de insetos é boa para o organismo, uma vez que 80% do peso do corpo dos insetos são proteínas e micronutrientes. A proteína, por exemplo, excede a contida em rebanhos tradicionais.
- Os insetos têm uma baixa taxa de gorduras, carboidratos e são repletos de vitaminas, fibras e minerais.
- As chamadas larvas de farinha têm o mesmo nível de Omega-3 que o peixe
- Os insetos não transmitem infecções zoonóticas aos humanos e a rebanhos da mesma forma que os animais.
Algumas empresas já começaram a produzir e processar insetos nas rações de animais. E outras companhias começaram a aumentar a conscientização para a importância de uma dieta baseada a insetos comestíveis.