A Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. De acordo com a presidente do banco, Rita Serrano, a suspensão se deve à revisão do cadastro do programa, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e também a uma revisão, por parte da Caixa, dos juros da modalidade.
“Eu já posso anunciar para vocês que nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio por duas razões. A primeira é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro.
Então, como o ministério vai revisar o cadastro, não é de bom-tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem vai ficar nesse cadastro ou não”, disse Serrano a jornalistas após a cerimônia de sua posse no comando do banco público.
“A segunda é porque os juros dessa modalidade de consignado são muito altos, então nós também estamos suspendendo para rever esses juros e vendo as possibilidades que existem para baixar esses juros, dentro, lógico, das regras de conformidade”, afirmou ela.
O consignado do Auxílio Brasil foi lançado pelo governo federal no ano passado, poucos meses antes da campanha eleitoral, mas foi encampado por poucos bancos do país. A Caixa foi a única entre as instituições financeiras de maior porte a ofertar a linha, que teve forte demanda diante do endividamento das famílias brasileiras, mas que foi criticada por especialistas pelo perigo de ampliar ainda mais esse endividamento.
Serrano disse que o banco não trabalha com a perspectiva de perdão aos devedores. Entretanto, pode negociar outros pontos com o governo. “O banco não tem como fazer isso, mas eu acredito que há a possibilidade de negociar com o governo, inclusive para baixar os juros”, comentou.
A presidente da Caixa disse ainda que o programa de “microfinanças” do banco será reavaliado. “Todos esses produtos, principalmente os vinculados aos programas públicos, serão reavaliados porque o governo também está reavaliando.”
Serrano reafirmou que o governo tem o propósito de retomar o Minha Casa Minha Vida, rever o cadastro do Auxílio Brasil e voltar com o Bolsa Família. “Todos esses programas de cunho público estão sendo reavaliados pelo próprio governo, e, naturalmente, a Caixa também terá de reavaliar”, acrescentou.