O primeiro-ministro designado de Israel, Benjamin Netanyahu, finalizou acordos de coalizão com partidos aliados, disseram seus porta-vozes nesta quarta-feira (28), em passos finais para seu retorno político à frente de um dos governos mais à direita da história de Israel.
Netanyahu, cujo bloco de partidos nacionalistas e religiosos obteve uma ampla vitória eleitoral no mês passado, deve empossar seu novo governo na quinta-feira, após seu partido Likud finalizar dois acordos restantes.
Mas mesmo antes de iniciar seu sexto mandato, um recorde, Netanyahu procurou acalmar os temores internos e externos de que seu governo emergente colocará em risco os direitos das minorias, prejudicará o Judiciário e exacerbará o conflito com os palestinos.
Os acordos da coalizão com o pró-colonos Sionismo Religioso e o ultraortodoxo UTJ ainda não foram formalmente publicados, mas cláusulas vazadas, legislação recente e declarações de futuros membros da coalizão nas últimas semanas atraíram amplas críticas.
A legislação ratificada na terça-feira (27) permitirá que o partido Sionismo Religioso assuma o cargo de vice-liderança no Ministério da Defesa, concedendo-lhe ampla autoridade sobre a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, terra que os palestinos buscam para um estado.
Outra legislação a ser votada na quarta-feira concederá novos poderes sobre a polícia a Itamar Ben-Gvir, chefe do partido de extrema-direita Poder Judaico, como ministro da Segurança Nacional.
Promessas de possíveis membros da coalizão de reduzir os poderes da Suprema Corte, declarações homofóbicas e pedidos para permitir que uma empresa recuse serviços a pessoas com base em motivos religiosos, alarmaram israelenses liberais e aliados ocidentais.