Os serviços prestados às famílias mantêm a trajetória de recuperação gradual, mas permanecem aquém do patamar pré-pandemia. O bom desempenho do setor de serviços como um todo nos últimos meses é impulsionado pelos segmentos de tecnologia da informação e transporte de cargas, avaliou Luiz Almeida, analista da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na média global, o volume de serviços prestados cresceu 0,7% em agosto ante julho, com avanços em três das cinco atividades pesquisadas. “Por causa da base de comparação elevada, o setor de serviços tem perdido um pouco seu ímpeto”, disse Almeida.
O segmento de outros serviços cresceu 6,7%, mas Almeida lembra que vinha de uma queda de 5,0% no mês anterior. O setor de informação e comunicação avançou 0,6%, e os serviços prestados às famílias teve uma elevação de 1,0%, o sexto crescimento seguido, período em que acumulou um ganho de 10,7%.
“Acumula uma alta de 10,7% em seis meses, mas ainda não é suficiente para ultrapassar o período pré-pandemia”, ressaltou Almeida.
“Talvez com a redução dos gastos das famílias com combustível elas possam direcionar (renda) para outras atividades”, sugeriu o pesquisador.
Ele lembra, porém, que outros serviços permanecem com elevação de preços, como a alimentação fora de casa.
“Pode ser sim que por essa deflação estar concentrada ainda, ela não atinge o setor de serviços prestados às famílias”, afirmou.
Na passagem de julho para agosto, os transportes recuaram 0,2%, e os serviços profissionais, administrativos e complementares ficaram estagnados (0,0%).
“O setor de serviços é muito diverso. São múltiplos os fatores que vão impactar o setor de serviços”, frisou. “O setor de serviços é um gigante, então ele costuma se mover de forma mais lenta.”