Analistas de mercado reduziram mais uma vez as projeções para a inflação neste ano e no próximo e elevaram a estimativa para o PIB em 2022, mostrou a mais recente pesquisa semanal do Banco Central com cerca de 100 instituições financeiras divulgada nesta segunda-feira.
As estimativas apontam agora para alta de 6% do IPCA este ano, ante 6,40% há uma semana. O movimento reflete uma redução da projeção dos preços administrados no ano –para -4,16%, de -2,94%– e vem após na semana passada a Petrobras ter anunciado mais uma redução de preços, desta vez do gás de cozinha (-4,73%).
Para o ano que vem, os analistas veem um IPCA de 5,01%, abaixo dos 5,17% estimados há uma semana. Os prognósticos para 2022 e 2023 seguem acima do centro da meta para os dois anos –3,50% e 3,25%–, mas estão em redução constante há semanas, em meio à retração recente dos preços dos combustíveis no mercado internacional e após medidas de desoneração adotadas pelo governo no ano eleitoral.
A estimativa para a alta do PIB deste ano passou a 2,65%, de 2,39% antes, enquanto a projeção para o ano que vem foi mantida em 0,50%. O número para 2022 está em linha com o previsto pela equipe econômica do governo, de 2,7%. Para 2023, no entanto, o Ministério da Economia está bem mais otimista, vendo um crescimento de 2,5%.
O mercado também elevou a projeção para o déficit em transações correntes este ano e no próximo, ao prever um superávit comercial menor em 2022.
Veja abaixo as principais projeções do mercado para a economia brasileira:
Expectativas de mercado 2022:
IPCA (%) 6,40 6,00 5,17 5,01
PIB (%) 2,39 2,65 0,50 0,50
Dólar (fim de período-R$) 5,20 5,20 5,20 5,20
Selic (fim de período-% a.a.) 13,75 13,75 11,25 11,25
Preços administrados (%) -2,94 -4,16 6,33 5,75
Conta corrente (US$ bi) -25,00 -26,52 -30,60 -32,00
Balança comercial (US$ bi) 68,92 65,00 60,00 60,00
IDP (US$ bi) 60,00 60,00 66,00 66,00
Dívida líquida pública (%/PIB) 59,00 58,70 63,05 63,17