Enquanto seu potenciais adversários nas eleições de outubro ainda patinam na articulação de alianças, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que concorrerá com o apoio do presidente Jair Bolsonaro , segue avançando na construção de um palanque mais amplo. Na última semana, Castro esteve em São Paulo, onde se encontrou com as duas principais figuras nacionais de MDB e PSDB para buscar a chancela às alianças locais já bem avançadas com as duas siglas.
Com o ex-presidente Michel Temer (MDB) , Castro publicou foto nas redes sociais e pediu aval ao seu acerto com o MDB fluminense. Foi durante a gestão de Temer que o Rio aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal, ora em rediscussão com o Ministério da Economia. Ainda em sua passagem por São Paulo, Castro se reuniu também com o governador João Doria (PSDB). O tucano sonha com a Presidência da República e se tornou adversário ferrenho de Bolsonaro. A conversa com Doria foi reservada e sem registros públicos, para não irritar o titular do Planalto.
Castro tem a autorização da família Bolsonaro para buscar apoio nos partidos de alguns adversários de Jair Bolsonaro, seu correligionário no PL. Mas com uma ressalva: só onde, na avaliação do clã, não houver risco ao projeto de reeleição do presidente.
O governador tem bem encaminhado o acordo com o PSDB no Rio. O tucano Max Lemos chefia em seu governo a estratégica Secretaria de Infraestrutura e Obras, com um orçamento gordo que tem irrigado obras em várias cidades do interior e pavimentado a adesão de prefeitos à reeleição do governador.
Nas contas do governador e de caciques estaduais do PL, o objetivo é que seu palanque à reeleição reúna ao menos 80 prefeitos (são ao todo 92 no estado) e congregue todos os principais partidos, à exceção apenas de PT, PDT, PSB e PSD, que se dividirão entre o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o escolhido entre os nomes de PDT (Rodrigo Neves) e PSD (Felipe Santa Cruz).