Conforme publicou o jornal Tribuna, o ex-prefeito e presidente nacional do DEM, ACM Neto, pediu “união e equilíbrio” dos poderes em uma publicação nas redes sociais, sem citar diretamente sobre o conflito entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ameaças à democracia e tensionamento entre os Poderes só servem para alimentar a desconfiança dos cidadãos naqueles que deveriam dar o norte e apontar o caminho para a saída das crises sanitária, econômica e social. O Brasil clama por responsabilidade, união e equilíbrio”, declarou Neto, em sua conta no Twitter.
Nesta semana, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, decidiu cancelar uma reunião que haveria entre os chefes de poderes, após sucessivos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiros e aos integrantes da Corte. A decisão de se fazer o encontro dos poderes havia sido anunciada em 12 de julho. Defensor do voto impresso e contra as urnas eletrônicas, Bolsonaro passou a reiterar diariamente as críticas ao sistema eleitoral e chegou a ameaçar agir fora da Constituição. “O presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Sendo certo que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro. Além disso, sua excelência (Bolsonaro) mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”, afirmou Fux.
ACM Neto, que tem sido um dos articuladores contra o voto impresso, tem dito que o sistema atual é confiável. “Entendo que o sistema brasileiro com a urna eletrônica é um dos mais avançados do mundo. Não existe evidência concreta de fraude nas eleições. Nenhuma. Hoje, essa discussão transcende o debate partidário ou a disputa política. O que está em jogo é a defesa da democracia em si. A insegurança que poderíamos viver a partir de uma dúvida sobre o sistema eleitoral é algo que não contribui em nada com o país neste momento. O sistema atual já é auditável. Os candidatos e partidos precisam se organizar para acompanhar melhor cada passo desse processo”, disse o presidente do Democratas.