Uma pesquisa feita em 22 países e publicada na revista Nature mostrou que a maioria das pessoas tende a confiar mais em líderes políticos que tentam beneficiar o bem-estar coletivo de forma igualitária e que tomam decisões não utilitaristas em um cenário como o da pandemia de Covid-19.
A pesquisa foi publicada na Nature Human Behavior, braço comportamental da Nature, e contou com pesquisadores de diversos países, incluindo o Brasil — o psicólogo e doutor em Neurociências e Comportamento Paulo Sérgio Boggio foi um deles.
Os cientistas fizeram experimentos com 24 mil pessoas a fim de medir como elas avaliavam líderes fictícios em decisões com conflitos e dilemas morais relacionados à Covid-19, como a priorização de jovens e pessoas saudáveis em detrimento de pessoas mais velhas e com doenças crônicas.
De acordo com os resultados, 60% das pessoas disseram ter mais confiança em líderes que ofereceriam medicamentos para quem mais precisa, mesmo que isso significasse enviá-los a outros países.
Segundo Guilherme Amado em sua coluna, oito em cada 10 entrevistados também disseram confiar em líderes não utilitários e que defendem a posição de que não cabe a ele a decisão de quem vai ou não receber tratamento para Covid-19.
Apenas 14% das pessoas afirmaram confiar nos líderes que priorizam os mais jovens e saudáveis para o tratamento da Covid-19.