O apresentador de televisão Luciano Huck disse no evento deste último sábado (17) que o Brasil precisa “fazer conexões” para sair do marasmo e que, por isso, é necessária a participação de todos. “Eu quero contribuir, não quero confundir. Não existe salvador da pátria”, afirmou. Ele participa neste momento do painel “Desafios do Brasil”, do Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o Estadão.
Outros nomes considerados possíveis presidenciáveis também participam do painel, como o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o governador de São Paulo, João Doria. “Há muitos títulos aqui: governador, ministro, prefeito, etc. Porque estou aqui? Não sou político. Estou aqui como sociedade civil”, disse o apresentador, mais uma vez tentando se afastar do rótulo de presidenciável.
Para Huck, é preciso procurar as melhores cabeças e ideias para colocar o País no rumo. “Temos de ter soluções e projetos para nossos problemas”, afirmou. Segundo ele, é preciso ter um país que entenda que a Educação é a ferramenta mais poderosa. Ele destacou que não falta dinheiro nessa área, mas que o que falta é valorizar esse processo. “É preciso ter projeto que gere oportunidade para as pessoas.”
O apresentador comentou conforme o Estadão, que quando fala de empreendedores não pensa na Faria Lima – avenida da capital paulista que reúne a nata do setor financeiro. “Falo de empreendedores na base da pirâmide, nas favelas, nas comunidades. O que tem lá é ‘uber’ e venda de cosméticos”, exemplificou.
Rico por natureza, pobre por escolha
Para Huck, o Brasil tem todas as condições de liderar uma agenda global tecnológica para integrar produção agrícola e sustentabilidade ambiental. “O Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo, e poderia alimentar 3 bilhões se o modelo de produção dos 25 maiores produtores fosse replicado. Somos um país rico por natureza e pobre por escolha”, afirmou.
Ele ressaltou a importância de educar a população sobre a importância da Floresta Amazônica, inclusive para a economia. “A Amazônia pode ser o Vale do Silício da tecnologia ambiental. Hoje há um potencial de investimentos de US$ 150 trilhões em energia renovável e limpa”.
Na visão de Huck, a carta enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a política ambiental brasileira, é “uma peça de humor”. “O governo vai fazer uma mudança de 180 graus em sua política ambiental? Entre o discurso e a realidade, há uma distância enorme”.