Sem o empenho dos caciques de seu partido e perdendo votos até mesmo na própria legenda, Simone Tebet (MDB-MS) enfrenta um início tumultuado na sua campanha para chegar à presidência do Senado e passa a sofrer com a desconfiança de aliados se terá condições de se manter na disputa até o fim. Ela tenta evitar mais debandadas nas siglas que lhe declararam apoio, enquanto busca dissidências nas legendas fechadas com Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
No Senado, a avaliação segundo o jornal O Globo é que o lançamento de sua candidatura foi apenas um gesto do MDB para marcar posição na disputa como maior legenda da Casa. O partido foi atropelado nas articulações do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que conquistou apoio para Pacheco de diversos partidos antes mesmo de os emedebistas definirem um nome.
Integrantes do MDB avaliam que os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), devem votar na colega de bancada, mas dificilmente participarão das articulações para tentar levá-la à vitória.
O mesmo se aplicaria a Renan Calheiros (MDB-AL), a quem a senadora enfrentou há dois anos na sua primeira tentativa de se candidatar ao comando da Casa. Derrotada no partido, Simone levou sua postulação até o plenário e em discurso declarou apoio a Alcolumbre.
Aliados de Simone já sugerem que ela desista da disputa na próxima semana, caso perceba que poderá sofrer uma derrota acachapante. Eles consideram que os próximos dias serão decisivos. A senadora enfrenta dificuldades para conquistar unanimidade não só em seu partido, mas também entre legendas e grupos alinhados, como é o caso do Muda Senado e da bancada feminina.
Além de ter se antecipado para conquistar apoios, o grupo de Alcolumbre e Pacheco também atua para reverter votos entre aqueles que já se manifestaram a favor de Simone. Há expectativa de que o Podemos, que anunciou apoio à emedebista anteontem, faça uma votação na próxima semana. Pacheco teria quatro dos nove votos da sigla, que já deixou aberta a porta a dissidências. A candidata do MDB também teve um revés no PSDB, onde quatro dos sete senadores decidiram pelo nome do DEM, levando a sigla a liberar o voto.