“Não vejo a mídia nacional dando o mesmo espaço e apoio às lives de artistas e grupos ativistas do movimento negro durante a pandemia. São toneladas de alimentos arrecadados pelo Olodum e Ponto de Equilíbrio, só para citar algumas bandas que recentemente promoveram shows online para o público de forma gratuita”.
O questionamento é do vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), ao defender, nesta última sexta-feira (5), maior participação da programação com eventos que ajudam a debater o racismo estrutural na sociedade brasileira.
Para o edil petista, a ideia que se passa para o público é que fomentar o debate de políticas antirracistas não parece agradar aos editores dos sites, blogs, TVs e rádios. “Sabemos que os patrocínios pesam nessas lives, mas também influenciam nesta questão racial. Só faça doação para artistas comprometido com a luta racial. Não tenho dúvida que a preferência da mídia seja por artistas brancos. Com o momento difícil que vivemos da crise sanitária, e mortes por condutas criminosas, racistas, e atém incentivadas pelo presidente Bolsonaro, não podemos baixar a cabeça em momento algum. Somos alvos das balas perdidas, ou achadas”, critica.
Suíca lembra “que não há espaço para tratamentos desiguais”. Ele descreve que o mesmo espaço, independente de patrocínio, ao menos na programação das lives diárias, deveria contar com os nomes dos artistas negros.
“Ao menos isso. Eles estão arrecadando e doando toneladas de alimentos e alcançando milhões de pessoas pelo mundo a fora. Têm muitos brasileiros morando em outros países que estão acompanhando e, também, sentem falta desse mesmo espaço que questiono. É um detalhe importante, que sempre aconteceu, mas que agora está ainda mais acentuado, precisamos reagir”, complementa.