Auxiliares do presidente afirmam que dez nomes são cotados para o cargo
A demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde é certa. Só não foi anunciada oficialmente porque o presidente Jair Bolsonaro ainda procura substituto ao cargo. Bolsonaro procura algum profissional da área da saúde, que tenha respaldo entre seus pares, mas alinhamento com o discurso oficial, ou seja, que defenda o uso da cloroquina e o isolamento só para grupos de risco da Covid-19, ou seja, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Auxiliares do presidente afirmam que dez nomes são cotados para o cargo. Confira algumas das apostas conforme publicou os jornais:
Claudio Lottenberg
Nos bastidores, ventila-se que o nome mais cotado para o cargo seja do presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein, Claudio Lottenberg. Ele já conversou algumas vezes com Jair Bolsonaro nesta crise. Recém-filiado ao DEM, mesmo partido de Mandetta, Lottenberg conta com a articulação de empresários ligados ao presidente e a comunidade judaica paulista.
Desde o início do ano, ele já vem dando sinais de querer ocupar um cargo público. Em entrevistas, disse que o “novo remédio parece ser eficaz contra o coronavírus”, ao se referir à cloroquina, e tem destacado o isolamento para idosos e pacientes com doenças crônicas.
Ludhmila Hajjar
Médica cardiologista e pesquisadora, ela é diretora de Ciência e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ludhmila Hajjar defende o isolamento social como uma estratégia de contenção importante para segurar a curva da Covid-19 no Brasil, mas diz que o país já está preparado para começar a rever a estratégia de restringir a circulação de pessoas.
Sobre o uso da cloroquina, Hajjar afirma que, em termos de dados mundiais, ainda não se tem um tratamento “comprovadamente eficaz” contra a Covid-19.
Também cotada para assumir o lugar de Mandetta, ela integrou o grupo de médicos recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto, no início do mês.
Osmar Terra
O deputado federal e ex-ministro da Cidadania é médico, ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul e tem o mesmo posicionamento do presidente. Na terça-feira (14), fez um discurso na Câmara anunciando uma “boa notícia”: o fim da epidemia de Covid-19 no Brasil – o contrário do que mostrou os números divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, com 1.532 mortos e 25.262 casos confirmados.
Auxiliares de Bolsonaro, no entanto, afirmam que Terra não tem aprovação da classe médica nem do Congresso.
Nise Yamaguchi
Oncologista e imunologista, ela foi convidada pelo presidente Jair Bolsonaro a integrar o gabinete de crise de combate ao coronavírus. Nise Yamaguchi ganhou destaque no governo por sua defesa do uso da cloroquina contra o coronavírus. Em entrevistas, já afirmou ser favorável ao distanciamento social, mas apenas para indivíduos nos grupos de risco da doença, estratégia apoiada pelo presidente.
De acordo com aliados de Bolsonaro, o nome dela teria sido descartado pela falta de apoio na classe médica.
Antonio Barra Torres
Se nada mais der certo, Bolsonaro ainda conta com o nome do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), médico e contra-almirante da Marinha. Antonio Barra Torres adotou uma postura moderada frente ao avanço do coronavírus e se colocou como um contraponto ao ministro Luis Henrique Mandetta.