O governador Wilson Witzel (PSC) apontou, ao ser questionado sobre o passeio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo Distrito Federal neste último domingo (29), que ações que podem aumentar a pandemia de Covid-19 podem ser caracterizadas como crime contra a humanidade.
“É um chefe de estado e não se admite que vá na contramão de organizações internacionais das quais o Brasil é signatario, como ONU e OMS. Ações que podem aumentar a pandemia podem ser caracterizados no artigo 7 do estatuto de Roma, crime contra a humanidade. Tome as atitudes que sua consciência determine e seja depois responsabilizado pelos seus atos”, disse Witzel, em entrevista nesta segunda-feira (30).
O governador não citou o nome do presidente, mas respondeu a uma pergunta de um repórter sobre a caminhada feita por Bolsonaro, que causou aglomeração de pessoas, no momento em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o próprio Ministério da Saúde recomendam isolamento social no combate ao novo coronavírus.
“Não estou aqui para fazer prejulgamento de ninguém, mas se pudesse dar um conselho como jurista diria que está colocando em risco a sua liberdade. Se puder dar um conselho é: não desafie as autoridades sanitárias, pois amanhã a responsabilidade virá, e infelizmente ela pode ser muito dura”, analisou o governador do Rio de Janeiro.
O passeio de Bolsonaro ocorreu um dia após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ter reforçado a importância do distanciamento social à população nesta etapa da pandemia do coronavírus. Witzel, inclusive, elogiou o ministro, após ouvir pronunciamento em que o médico voltou a apoiar o isolamento social. “O ministro Mandetta tem procurado orientar o presidente da melhor forma possível, tem cumprido sua missão. Deu entrevista que não deixa dúvida sobre a conduta de todos nós.
A entrevista que ele deu sábado (28) foi esclarecedora e eu não tenho dúvidas do que estamos fazendo é de acordo com o que determina ministro, secretário e OMS”, analisou o governador do Rio.