A Bolsa de Valores de São Paulo paralisou as negociações por meia hora após entrar em circuit breaker. Com o sexto acionamento em duas semana, a bolsa iguala 2008, quando houve seis paradas de segurança durante a crise do subprime nos Estados Unidos. Por volta das 13h18 o Ibovespa, índice referência da bolsa, registrava queda de 10,26%, aos 66.961 pontos. Temores com avanços do coronavírus e suas consequências econômicas, além da expectativa sobre corte na taxa básica de juros, a Selic, agitam os mercados.
A situação de caos no mercado financeiro com paradas sucessivas nas negociações é ainda mais volátil que em 2008. Na ocasião, o circuit breaker foi acionado em um intervalo de quatro semanas. Agora, as quedas sucessivas aconteceram em um intervalo de 9 dias.
Na véspera, o Ibovespa subiu cerca de 5%, se recuperando de um tombo histórico na última segunda-feira, quando caiu 13,9%. O vaivém é fruto do avanço da pandemia. O dólar, por exemplo, bateu o recorde nominal de 5,18 reais na cotação intradia, maior da história do Plano Real. Nesta tarde, a moeda era negociada a 5,10 reais, com alta de 2,12%.
Nesta quarta-feira, o governo deve detalhar o pedido de decretação de calamidade pública que será enviado ao Congresso. A medida suspende a obrigatoriedade do governo em cumprir o teto de gastos. A medida está prevista no Artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O estado de calamidade pública também suspende obrigações de redução de despesa com pessoal quando este gasto ultrapassa os limites previstos na própria lei. A medida, segundo o governo, é necessária para conter a epidemia e os impactos causados pela epidemia do novo coronavírus. Há, oficialmente, 291 casos confirmados e uma morte. O número de casos, no entanto, deve subir. Nesta quarta, o General Heleno, ministro do Gabinete Institucional, testou positivo para Covid-19.
Os investidores também estão apreensivos com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. Hoje, o indicador está em 4,25% ao ano, menor patamar da história. O Banco Central havia indicado anteriormente que poderia fazer ajustes adicionais na Selic, acompanhando medidas de outros países, como os Estados Unidos.